Gestão
Panorama do mercado gaúcho
A situação do mercado não é fácil no Sul do País, com lojas fechando e outras que só se importam em vender produtos mais baratos, sem pensar na qualidade
A Música & Mercado conversou com Moizés Rodrigues dos Santos, diretor da Sycorel Business Representações, localizada em Porto Alegre (RS), que deu sua opinião sobre a situação atual e alguns conselhos interessantes. Veja mais a seguir.

Foto por Claudio Etges
Música & Mercado: Qual é a sua visão do mercado gaúcho atual?
Moizés: Em relação à indústria nacional (muitas já fecharam), a situação é realmente muito difícil, porque ainda não temos um rumo certo a seguir. Enquanto o governo não achar o caminho para o crescimento, não haverá confiança dos empresários para investir. Porém, empresas sérias e empresários visionários e competentes que não se condicionam somente no momento de explosão dos importados chineses e que ainda acreditam no Brasil, a despeito desse momento, estão investindo em fabricação nacional. Um bom exemplo é a Tagima, que acaba de fazer uma reengenharia em sua fábrica, deixando-a totalmente nova, com maquinários de última geração, acreditando no mercado e no produto brasileiro.
M&M: Qual é a situação das lojas da região?
Moizés: Na sua grande maioria, as lojas já queimaram a gordura que tinham, tanto em estoque como em mark-up. Hoje estão com as prateleiras quase vazias, mas com medo de comprar.
M&M: Isso acontece por causa da crise mesmo?
Moizés: Todas estão sendo afetadas pela crise. O movimento caiu, as pessoas não têm dinheiro, o cartão de crédito já está no limite e quem tem dinheiro está esperando para gastar quando a economia mostrar sinais de crescimento sustentável.
M&M: Mas como tem evoluído o mercado nos últimos anos?
Moizés: O mercado no Sul é um tanto limitado na área de instrumentos e a evolução se dá paulatinamente, com crescimento em PA (progressão aritmética), pois o gaúcho é mais conservador.
M&M: O que você acha que acontecerá com o mercado no futuro próximo?
Moizés: Nós acreditamos sempre no futuro, mas enquanto o governo não implementar uma política de recuperação da economia, com planos austeros mais corajosos, que devolvam a confiança ao mercado, tudo vai ficando em compasso de espera. O mercado futuro vai depender exclusivamente das ações governamentais do presente, que alavanquem realmente a ordem e o progresso e que gerem confiança.
M&M: Quais as tendências que os consumidores estão mostrando na região?
Moizés: Estão consumindo o mínimo necessário, e criou-se novamente aquela cultura pessimista só de coisas baratas, sem se importarem muito com a qualidade. Isso é lamentável!
M&M: Que recomendações daria para as lojas ou empresas gaúchas segundo o panorama atual?
Moizés: Manter o foco, não falar em crise. Tirar o “S” da crise e criar estratégias para sustentação dos negócios, dar treinamento aos vendedores, que via de regra sempre oferecem o produto mais barato, sem primeiro saber da real necessidade do cliente e do seu potencial, quando poderiam fazer uma venda mais substancial, com valor agregado maior. Acima de tudo, não devem deixar faltar produtos em suas lojas, pois se o cliente que quer comprar não achar na loja deles, vai comprar na concorrência, e se você perde a venda, pode perder o cliente para sempre.
M&M: Isso nem sempre é fácil, não é?
Moizés: Mas precisamos nos reinventar, mudar nossos hábitos, sair da caverna, olhar o mundo, a concorrência, copiar o que está dando certo em outros lugares, adequando a realidade de cada um. Nunca diga que um produto “não vende” se você nunca o teve em sua loja. Fé em Deus e pé na tábua!

Gestão
Estratégia Financeira no Setor de Instrumentos Musicais e Áudio Profissional
O último trimestre do ano não só traz um aumento natural nas vendas, impulsionado por eventos como Black Friday, Cyber Monday e Natal, como também a necessidade de estabelecer as bases para o planejamento estratégico para 2026.
No setor de instrumentos musicais e áudio profissional, onde a volatilidade do dólar, os custos logísticos e as tendências de consumo ditam o tom, avaliar com precisão os resultados financeiros e operacionais torna-se fundamental para mensurar a verdadeira lucratividade do negócio.
Essa análise não apenas valida o desempenho mensal, mas também identifica onde estamos dessincronizados e quais fatores estratégicos precisamos ajustar para garantir um crescimento sustentável.
Avaliação do Desempenho Financeiro
Um diagnóstico preciso exige ir além dos números brutos e analisar indicadores-chave adaptados ao setor:
- Receita e lucratividade: Comparar as vendas de categorias críticas (caixas de som profissionais, controladores de DJ, guitarras, equipamentos de gravação) com as margens em comparação com períodos anteriores.
- Estrutura de custos: Diferenciar custos fixos (aluguel de showroom, equipe de vendas, licenças de software) de custos variáveis (importações, frete, marketing sazonal), identificando oportunidades de otimização.
- Fluxo de caixa: Meça a liquidez necessária para financiar estoques que muitas vezes são pagos em dólar, mas vendidos a prazo ao cliente final.
- Dívida: Avalie o ônus financeiro e o nível de alavancagem diante das flutuações da taxa de câmbio.
Ações Positivas e Áreas de Melhoria
Após a análise dos números, a pontuação revela o que funcionou e o que precisa de ajustes:
- Ações bem-sucedidas: Campanhas digitais em mídias sociais, acordos com academias e distribuidoras de música e o boom do e-commerce de acessórios e peças de reposição.
- Fraquezas operacionais: Estoques mal calibrados, com escassez, distribuição lenta nas regiões ou serviço de pós-venda fraco.
- Tendências de Mercado: Crescimento da música urbana e demanda por equipamentos de home studio, além de consumidores mais sensíveis a preços devido à inflação e à queda do crédito ao consumidor.
Repensando Estratégias e um Plano de Ação
Com a pontuação claramente definida, o plano deve estabelecer diretrizes específicas:
- Otimização de Custos: Negociar com fornecedores internacionais, consolidar importações e automatizar processos de estoque.
- Expansão de Mercado: Abra novos canais em regiões, exporte para países vizinhos ou explore nichos como equipamentos para igrejas e eventos corporativos.
- Fortalecimento Digital: Amplie o e-commerce com integração ERP-marketplace e aprimore campanhas segmentadas por tipo de músico.
- Treinamento de Equipe: Treine a equipe de vendas em produtos de alta qualidade, fidelização de clientes e serviços de vendas cruzadas (por exemplo, aluguel + vendas).
Implementação e Monitoramento
Toda orquestra precisa de um maestro e uma pontuação clara:
- KPIs definidos: Margem bruta por categoria, giro de estoque, vendas online vs. físicas e índice de endividamento.
- Revisão periódica: Reuniões trimestrais para avaliar o progresso e reajustar a estratégia de preços e estoque.
- Feedback contínuo: Envolva toda a equipe, do depósito ao marketing digital, na busca por eficiência e inovação.
Uma revisão financeira de 2025 é uma oportunidade para ajustar os negócios antes de entrar em uma nova temporada. Com análises rigorosas, replicando o que gerou impacto positivo e corrigindo o desempenho desafinado, a indústria de instrumentos musicais e áudio profissional pode se projetar com maior força, transformando a volatilidade em harmonia financeira a longo prazo.
*Autor: Camilo Ramírez
Mestre em Administração de Empresas (MBA) pela Universidad del Desarrollo, Mestre em Gestão Financeira pela Universidad Adolfo Ibáñez, Diploma em Gestão Financeira pela Universidad Adolfo Ibáñez, Diploma em Finanças Corporativas pela IEDE Business School Chile e Bacharel em Administração de Empresas e Administração Universitária pela Universidad de las Américas.
Sócio Sênior da Price Capital Spa.
E-mail: corporativo@pricecapital.cl
Visite: www.pricecapital.cl
Gestão
C. F. Martin & Co. nomeia Scott Gervais como Diretor de Operações
A histórica fabricante de violões cria um cargo de COO para impulsionar a excelência operacional e sua próxima fase de crescimento.
A C. F. Martin & Co., Inc. anunciou a nomeação de Scott Gervais como Diretor de Operações (COO). Com mais de duas décadas de liderança executiva em operações, manufatura, compras e gestão da cadeia de suprimentos, Gervais ocupou cargos de liderança na Polaris Marine e na Conn-Selmer, Inc., onde liderou e expandiu operações globais com melhorias mensuráveis em segurança, qualidade, eficiência e satisfação do cliente.
Violonista acústico de longa data, Gervais enfatizou a conexão pessoal com sua nova função: “É uma verdadeira honra ingressar na C. F. Martin & Co., uma empresa que admiro desde que peguei em um violão pela primeira vez. A Martin sempre representou o auge da arte acústica para mim, e agora contribuir para seu legado é ao mesmo tempo gratificante e inspirador. Esta posição alinha minha carreira em operações com meu amor pela música.”
Da empresa, o Presidente do Conselho, Chris Martin IV, comemorou a chegada: “Estou muito feliz que Scott esteja se juntando à minha empresa familiar. Sua experiência e entusiasmo serão um trunfo para nossas equipes de fabricação e compras.”
Por sua vez, o Presidente e CEO Thomas Ripsam enfatizou que o COO é uma posição recém-criada com foco na excelência operacional: “É um componente crítico para possibilitar a próxima onda de crescimento e lidar com a crescente complexidade e custos do negócio. Estou confiante de que o talento e a experiência de Scott nos ajudarão a enfrentar com sucesso essas oportunidades e desafios.”
Gervais é bacharel em administração de empresas pela Universidade Purdue e possui certificações profissionais como Lean Six Sigma Black Belt e Certified Supply Chain Professional. Com sua chegada, Martin busca fortalecer processos, eficiência e capacidade de resposta em um contexto de expansão e aumento da demanda global por seus instrumentos acústicos.
Gestão
Como adotar o “figital” na sua loja
A experiência de compra mudou. Hoje, os consumidores não separam mais o digital do físico: esperam o melhor dos dois mundos.
Nesse contexto, o conceito “figital” — a integração entre os ambientes físico e digital — torna-se uma estratégia essencial para lojas de instrumentos musicais que desejam se manter competitivas.
Do balcão ao smartphone
Para muitas lojas, o primeiro passo rumo ao figital é construir um ambiente digital que complemente a experiência presencial. Ter um site atualizado, com catálogo, preços, disponibilidade e informações técnicas, é fundamental. Mas não basta estar online: é preciso garantir uma navegação rápida, compatibilidade com dispositivos móveis e canais de contato acessíveis.
Presença que conecta
As redes sociais permitem apresentar produtos, processos de luteria, unboxings, reviews e conteúdos educativos. Não se trata apenas de vender, mas de construir comunidade. Mostrar como soa um pedal, como ajustar uma guitarra ou montar uma bateria ao vivo gera proximidade e confiança.
O físico continua essencial
No universo figital, a loja física não desaparece — ela ganha protagonismo. Muitos clientes pesquisam online, mas querem experimentar o instrumento antes de comprar. Oferecer atendimentos personalizados, testes com especialistas ou experiências imersivas na loja pode ser um grande diferencial.
Click & collect: o melhor dos dois mundos
Uma das práticas mais eficazes do figital é permitir que o cliente compre online e retire na loja. Essa opção acelera a venda, elimina custos de frete e atrai novos consumidores ao espaço físico. Além disso, abre espaço para vendas adicionais no momento da retirada.
Tecnologia a favor da música
Implementar recursos como catálogos interativos em tablets, sistemas de estoque integrados entre a loja e o e-commerce, ou até QR codes nos instrumentos com acesso às fichas técnicas, são soluções simples que melhoram a experiência de compra.
Capacitação da equipe
A transformação não é apenas tecnológica. A equipe de vendas também precisa estar preparada para atuar em um ambiente híbrido. Saber responder dúvidas via WhatsApp, oferecer suporte nas redes sociais ou produzir conteúdos simples são habilidades cada vez mais valiosas.
Investir com inteligência
Adotar o figital não exige grandes investimentos iniciais. É possível começar com ações simples e eficazes: otimizar o perfil no Google, responder mensagens em redes sociais, integrar um sistema de vendas com controle de estoque ou criar vídeos curtos destacando os produtos da loja.
Adotar uma estratégia figital não é uma tendência passageira, mas uma resposta direta ao comportamento do consumidor atual. Para as lojas de instrumentos musicais, trata-se de transformar o ponto de venda em um ponto de encontro — onde o físico e o digital se complementam para criar experiências memoráveis.
-
Eventos3 dias ago
Fachada da Prefeitura de São Paulo é iluminada com logo do AC/DC
-
Eventos5 dias ago
Monsters of Rock 2026 terá Guns N’ Roses como headliner
-
Audio Profissional3 dias ago
WSDG aprimora o som e a segurança no estádio do River Plate na Argentina
-
Eventos4 dias ago
InfoComm América Latina 2025 reuniu mais de 5.000 participantes no México
-
Empresas2 semanas ago
Falece aos 73 anos, Jorge Menezes, fundador da Cheiro de Música: uma trajetória de pioneirismo no varejo musica
-
Audio Profissional3 dias ago
Power Click lança o Voice Monitor MK II: controle total de retorno para cantores e locutores
-
Lojista4 dias ago
Dicas para melhorar a logística de assistência técnica e pós-venda
-
Instrumentos Musicais5 dias ago
KORG anuncia mudanças: Miyou Kato assume como CEO e Hironori Fukuda como COO





