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Grande review de fones – A teoria
Nesta primeira parte do nosso review vamos conhecer aspectos fundamentais e teóricos para compreender o funcionamento dos fones de ouvido, do ouvido humano e do cancelamento de ruído
Fones x monitores
Os transdutores — microfones e alto-falantes — são as duas extremidades do que costumo chamar de “congelamento sonoro”, isto é, a transformação do som em sinal e a retransformação deste em som novamente. Do lado dos microfones, as opções eram de tamanho, e só recentemente apareceram os eficientes de tamanho reduzido. Do lado dos alto-falantes, os fones existem há mais tempo, se bem que só agora são capazes de uma eficiência que os torna rivais dos monitores de áudio.
A polêmica é forte. Apareceram os home studios, em localizações nem sempre adequadas para se abrir volume, e audiófilos em movimentos aeróbicos exigindo fidelidade de graves, para ficar só em dois exemplos. Os fones podem mostrar a quem mixa detalhes mais invisíveis do que a própria onda sonora, e existem no mercado apps que pretendem transformar a audição em fones mais próximos do que em ambientes acusticamente tratados, e fones que tentam silenciar o som alienígena.
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Quando você ouve através de alto-falantes, seu ouvido direito recebe os sons tão bem quanto o esquerdo, mas algo atrasado em baixos volumes. Isso acontece por causa do efeito de “sombra” da cabeça, e também pela construção das partes externas dos ouvidos, que agem como complexos controles que dependem da direção. E você ainda ouve reflexões de paredes, tetos e pisos. São sons naturais, porque assim nós ouvimos desde que saímos do útero de nossas mães.
Já nos fones, ouvimos apenas o canal esquerdo no ouvido esquerdo e o direito no direito. Todos os sons cuja panorâmica foi definida na mix serão ouvidos nos seus respectivos canais, em ouvidos separados, o que pode soar algo pouco natural, e isso pode causar dores de cabeça e até náuseas em períodos de audição prolongada. Quando sons colocados no canal do meio são ouvidos por alto-falantes, eles são ouvidos na sua frente, mas os mesmos sons em fones parecem sair de dentro da sua cabeça.
Você pode se acostumar com essa resposta panorâmica estranha e até gostar dela, mas a impressão de ouvir apenas com um ouvido pode ficar desagradável para alguns. Alguns amplificadores de fones, acessórios e plug-ins produzem uma mistura que mescla um pouco do canal esquerdo ao direito e vice-versa, para imitar as suas duas orelhas — uma simulação acústica. Nossas cabeças e orelhas absorvem e refletem nas frequências altas, e essa simulação geralmente começa acima de 2 kHz.
Esse crossfeed pode fazer com que sons muito panoramizados pareçam vir de pontos iguais, como de um alto-falante à sua frente. Isso pode ser experimentado em gravações onde parece não rolarem nos fones, como os álbuns estéreo lançados nos anos 1960 e 1970, quando fones de alta qualidade ainda não existiam — pelo menos não a preços acessíveis. Bons exemplos são gravações dos Beatles, os primeiros LPs do Pink Floyd e outros lançamentos dessa época.
Uma boa experiência para se comparar fones e monitores são algumas gravações de orquestras de alta qualidade, efeitos sonoros e gravações de games de realidade virtual especificamente projetados para serem ouvidos em fones. Essas gravações “binaurais” são feitas usando uma cabeça artificial equipada com “microfones de ouvido”, como no Dummy Head KU100 da Neumann, e podem ser muito mais realistas do que sistemas de monitores estéreo.
Esses microfones capturam com precisão como ouvimos sons através de nossos dois ouvidos. Por isso, quando você está ouvindo uma gravação binaural em fones de ouvido, pode localizar sons vindos de trás e de frente, e até acima e abaixo da cabeça. No entanto, essa sensação desaparece quando você ouve as mesmas gravações em monitores, e por isso esse tipo de gravação binaural só é usado para testes de acústica e outras aplicações muito técnicas.
O som mono de um só ouvido é a maior encrenca para mixagens decentes feitas com fones de ouvido. Isso não é problema na maioria das tomadas de orquestras, porque elas são feitas com pares de microfones coincidentes, ou mesmo arrays de microfones estrategicamente colocados. E mesmo se microfones mais aproximados de solistas forem usados, é só quando se alterna entre solo e acompanhamento. Apenas em casos muito raros são panoramizados para a esquerda ou a direita.
Muita gente acha que não é possível compensar a diferença de impressão espacial de mixagens feitas nos fones para que rolem legal em monitores. Basta um pouco de prática para se acostumar a posicionar os instrumentos nos fones e lembrar que vão soar mais distantes do que nos monitores. Aquelas medidas de pan que você se acostumou a usar com monitores só precisam ser calculadas com as novas proporções para os fones, com a compensação certa.
Cuidado com instrumentos estéreo, como kits de bateria. Nunca tente espalhar os sons das peças por toda a panorâmica, o que pode ser interessante nos monitores, mas nos fones fica bem estranho, a não ser que você queira causar estranheza. Já os sons de sintetizador espalhados por padrão, principalmente com efeitos, podem matar sua mixagem, que só poderá ser ressuscitada com plug-ins de redução do estéreo, restringindo sua largura e deixando espaço para os outros instrumentos.
Alto-falantes e fones têm em comum o fato de que costumam soar diferentes, e aqui o preço costuma fazer jus à qualidade. Mas dá para encontrar fones de alto nível mais baratos do que um par de monitores pequenos ou médios, que todos costumam preferir para compor o visual de seu setup inicial e impressionar os audiominions. Somando a isso o fato de que seus próximos possam não gostar de ouvir loops como trilha sonora de suas noites de sono tranquilo, os fones levam vantagem…
O pessoal que projeta fones não tem como objetivo uma resposta de frequência plana, e na sua maioria costumam ter um hump de até 5 dB entre uns 35 e 500 Hz, para compensar um fato que a maior parte dos usuários de fones ou monitores não conhece: pelos fones o seu corpo não “sente” as frequências graves emitidas pelos alto-falantes de maior diâmetro de cone. Já nas frequências acima de 1 kHz a 20 kHz costumam ter 5 dB a menos, afinal, os drivers dos fones estão quase dentro do seu cérebro.
Aqui entra em cena a variedade de fones disponíveis no mercado, o que leva alguns a serem mais adequados para as mixagens. Tecnicamente, os mais comuns são chamados de dispositivos circunventais, cobrindo toda a orelha, enquanto outros são dispositivos supra-auriculares, na parte superior das orelhas. Esses dois tipos de dispositivos podem receber o nome de abertos ou fechados, uma denominação que pode induzir a múltiplas e nem sempre reais deduções.
Fones abertos colocam os drivers em contato com a paisagem sonora externa, reduzindo os efeitos ressonantes da cavidade da concha, o que acaba produzindo algum tipo de alimentação cruzada entre as orelhas, tornando sua sonoridade mais natural e, portanto, mais próxima à de monitores. Mas não são muito bons para monitoração, justamente porque seu som pode ir parar nos microfones, seja durante gravações em salas únicas de técnica e tomada de som comuns em home studios, seja em performances de apresentação.
Para monitorar, os fones fechados são melhores. Mas podem também ser melhores para mixar, se seu objetivo é evitar um ambiente onde penetrem ruídos diabólicos como os da obra aqui no meu prédio, com pedreiros quebrando o reboco do lado de fora da janela da sala onde estou escrevendo este review. Mas não se esqueça de que o preço desse silêncio pode ser o suor de suas orelhas, fazendo dos fones fechados uma tortura para mixagens prolongadas.
Acontece que os dispositivos de reprodução portáteis são vendidos com pequenos fones chamados earbuds para serem introduzidos no ouvido, com uma qualidade nem sempre interessante e pouco isolamento, para que atletas urbanos não sejam atropelados ouvindo “Fast Car”, da Tracy Chapman. E há ainda os fones in-ear, que ficam dentro do canal do ouvido e podem ser feitos sob encomenda. Os fones in-ear bem adaptados, personalizados ou não, podem fornecer um isolamento capaz de torná-los o juiz das frequências graves das mixagens.
Mas indo direto ao ideal para as mixagens, os fones abertos e circunaurais (graves profundos e naturais) são o bicho. Podemos citar a experiência de mais de uma década dos Sennheiser HD650, conceituados por sua sonoridade detalhada e neutra, e o alcance de graves, ou a clareza da linha AKG iniciada com o K701s, depois K702 e agora continuada como os novos K245 e K275. No caso de fones fechados para as mixes, há modelos Sony desde o MDR7509HD até os atuais WH1000M3 e XB900N, com cancelamento de ruído.
O cancelamento de ruído
Aqui entramos no assunto de cancelamento de ruído, ou noise-canceling. Nos fones, podem ser do tipo ativo ou passivo, que não devem ser confundidos com os monitores passivos (sem amplificador próprio) ou ativos (com amplificador embutido), que são outro assunto. O cancelamento passivo de um fone é feito pelo uso de materiais que bloqueiam algumas ondas sonoras, geralmente as mais agudas. São do tipo circunaural, com camadas de espuma de alta densidade, o que aumenta significativamente o seu peso.
O aumento de peso consegue reduzir o ruído externo até 20 dB, insuficiente para o caso dos meus queridos pedreiros ali fora da janela. Aí vem em meu socorro o cancelamento ativo, que além de barrar as altas frequências, consegue também diminuir as baixas, médio-baixas e médio-altas. O termo ativo vem da sua capacidade de criar ondas sonoras próprias que imitam direitinho o ruído externo, exceto pelo fato de sua fase ser invertida em 180 graus.
Para explicar como isso ocorre, observe no desenho acima que as duas ondas, a produzida pelo fone e a do ruído ambiente, têm a mesma amplitude e frequência, mas seus picos — as partes de cima e de baixo, ou compressões e rarefações — estão invertidas. Teoricamente, essas duas ondas se anulam, um milagre chamado de interferência destrutiva. Para operar o milagre, quatro anjos são enviados dos céus para combater o mal.
O anjo Microfone, colocado dentro da concha do fone, ouve os sons dos demônios externos que não podem ser bloqueados pelos escudos sagrados dos materiais da construção do fone. O anjo Cancelador, um circuito eletrônico que detecta os demônios, suas amplitudes e frequências, criando uma onda de fase invertida às desses seres malignos. O anjo Alto-Falante é enviado junto com o áudio normal e liquida os demônios sem afetar as ondas do bem. E o anjo Bateria, que gera a energia divina. Amém.
O milagre não é total, podendo chegar a barrar uns 20 dB dos sons externos, o que pode significar cerca de 70% de redução. Mas existem alguns efeitos colaterais, como mudanças na pressão do ar, aliviadas com aberturas no protetor auricular para liberar o ar preso atrás dos speakers, e que podem prejudicar a audição das frequências graves. Talvez isso possa ser compensado pela eliminação do ruído de fundo, ou seja, a soma de ruídos das marretas, do canto feliz e dos ringtones dos celulares dos pedreiros…
A sensação de mudança de pressão no ouvido com os fones de cancelamento vem da diferença entre a pressão do ar no ouvido interno e a do ar no ambiente. Quanto mais elevada a altitude, o ar interno tende a escapar; quanto menos elevada, ocorre o inverso. Isso pode ser percebido até em um carro subindo algumas centenas de metros numa estrada, ou em aviões. Quem nunca “estalou” os ouvidos equalizando sua pressão nessas situações?

Outro incômodo registrado pelos usuários dos fones com cancelamento de ruído é o chamado “efeito vácuo”, que pode desconfortável e até mesmo perturbador para o ser humano, que, como já apontei, desde o nascimento se acostumou com as reflexões e reverberações do som, percebidas pelas características peculiares da construção do aparelho auditivo humano. A necessidade de alimentação por bateria, e o peso desta, também podem ser apontados como um “contra” no cancelamento ativo.
Acusticamente falando, na audição de música, o cancelamento de sons “constantes”, cujos formatos de onda e sua sucessão no tempo possam ser facilmente anulados pela inversão de fase, não são uma constante. Isso pode resultar no seu não cancelamento. Sons rápidos e de alta frequência tendem a sobreviver ao cancelamento. E sons graves e/ou contínuos, facilmente trabalhados pelo cancelamento, podem induzir seu cérebro a percebê-los como mudanças de pressão do ar, e a uma necessidade de compensação.
Em vez de fones x monitores, melhor fones + monitores
Ouvir mixagens ou mesmo audições de entretenimento detalhadas com fones tem mais vantagens do que desvantagens. Voltando aos pedreiros ali fora da minha janela, nos fones foi possível detectar os cliques de suas ferramentas no áudio de um vídeo, que eu já tinha ouvido nos meus monitores Alesis e não percebi. E os ouvi de novo no estúdio, simplesmente porque tinha levado o mesmo Neumann NDH20 para lá. Isso quer dizer que ter fones conhecidos em toda parte elimina os possíveis desconhecimentos de mudança de salas e suas consequências, óbvio.
Em alguns casos, o som da sala onde você trabalha pode ser como o acabamento que os pedreiros colocam sobre os tijolos: o reboco, a massa fina e finalmente a tinta nas paredes. Sem falar nos revestimentos acústicos diversos nas paredes de diferentes salas. O grau de detalhamento nos fones pode, entretanto, tornar mais difíceis resoluções de mixagem que tratam de reverberações, que parecem ser maiores nos fones. Mas nada que a prática não ensine, bastando aumentar o reverb nos fones um pouco mais do que entregam os monitores.
Já alguns efeitos da compressão — tão usada nos dias de hoje —, como distorção, para ficar num só efeito colateral, podem também dificultar decisões de mixagem. Também a aplicação de reverbs fica muito nítida na audição com fones, em que pequenas quantidades de reverberação são percebidas de imediato, e o resultado disso é subestimar a quantidade de reverb que deve ser usada em mixagens feitas para soar em monitores de áudio, que precisam ser ouvidas junto com as características acústicas de uma sala.
Por outro lado, mixagens que são feitas para ser ouvidas em fones de ouvido — e aqui podemos acrescentar que a maioria dos ouvintes atualmente vai ouvir as composições populares e comerciais nesses dispositivos, nem sempre de boa qualidade — precisam de ajustes finais de reverb. Se um vocal, que é só o que a maioria dos ouvintes destreinados ouve — daí a expressão “a música que diz assim…” —, está seco nos monitores, pode ser adicionado um reverb com cerca de 40 dB abaixo do sinal direto para ser mais bem ouvido em fones.
Uma mix em fones é melhor para caprichar em detalhes sutis como ecos quase “psicológicos” mexendo com o tempo, efeitos de pan para criar movimento, percussão incidental, efeitos ambientais e até abusar de compressão pesada e distorção, sempre com muito critério e sutileza. A filha adolescente de um amigo descobriu uma percussão sutil que se movimentava pela panorâmica de uma mix minha olhando nos cantos da sala e soltando a frase que só eu entendi: “Pai, você não percebeu que esse bongô está passeando pela sala?”
Mas há efeitos que não funcionam nos fones, como os plug-ins de posicionamento 3D projetados para o uso em monitores. Estou me referindo aos efeitos beyond the speaker (além do alto-falante), que funcionam muito bem nos monitores, mas não nos fones. Da mesma forma, plug-ins 3D desenvolvidos para os fones não rolam bem nos monitores. Tais plug-ins têm sua aplicação ideal, desde que se considere o fenômeno de “sombra” a que já me referi anteriormente.
Os efeitos de posicionamento e movimento em 3D precisam ser projetados especificamente para a reprodução através de alto-falantes ou fones de ouvido para ser eficazes. Isso ocorre porque nos fones de ouvido apenas ouvimos o sinal do canal esquerdo no ouvido esquerdo e o canal direito no ouvido direito, enquanto nos alto-falantes cada ouvido também ouve o outro canal, um pouco mais tarde e com um nível ligeiramente reduzido.
Terminando nossa primeira e teórica parte do The Great Headphones Review, é bem possível e adequado fazer a maior parte de sua mix em fones de ouvido, desde que você possa verificá-la ocasionalmente através de monitores — o ideal seria aprimorá-la para os dois sistemas de reprodução. Lembre-se de que nas ruas, ônibus, Ubers, quartos de apartamento e milhares de outros locais, os “juízes” da sua mix estarão julgando seu trabalho, seu setup — e sua reputação — em modestos fones de ouvido que podem ter ganhado na última viagem de avião… Na próxima parte, vamos analisar marcas e modelos, não perca!
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Power Click lança o Voice Monitor MK II: controle total de retorno para cantores e locutores
Novo amplificador de fones promete independência, qualidade de áudio e praticidade no palco ou estúdio.
A Power Click, marca brasileira reconhecida por suas soluções em áudio profissional, apresentou o Voice Monitor MK II, um amplificador de fones de ouvido individual desenvolvido especialmente para cantores e locutores. O equipamento promete ser a solução definitiva para o retorno de voz e som da banda, oferecendo controle total e independente sobre os canais de microfone e auxiliar.
Controle independente e som profissional
O Voice Monitor MK II permite que o próprio usuário ajuste o volume e a equalização do microfone e do retorno, garantindo autonomia durante ensaios, gravações ou apresentações.
O modelo conta com dois canais de entrada e saída — MIC e AUX —, projetados para atender diferentes necessidades:
- Input MIC: oferece retorno fiel da própria voz, com equalização de graves, agudos e efeitos de eco/reverb, ideal para cantores e locutores.
- Input AUX (para cantores): garante retorno de banda com alta qualidade, também com controle independente de graves e agudos.
- Input AUX (para locutores): permite receber informações ou instruções internas por canal auxiliar, audíveis apenas pelo locutor.
Versatilidade em qualquer setup
O equipamento inclui saídas (OUTPUTs) que permitem enviar o som do microfone e do auxiliar para mesas de som, sistemas de PA, gravadores ou outros dispositivos de áudio.
Importante: os controles de volume e equalização atuam apenas no fone de ouvido, sem alterar o sinal enviado pelas saídas — ideal para quem busca precisão no monitoramento sem interferir no som principal.
Design funcional e acessórios inclusos
O Voice Monitor MK II vem acompanhado de fonte de alimentação, suporte para fixação em pedestal de microfonee bag de transporte, tornando o uso prático tanto no palco quanto em estúdio.
Compacto, robusto e fácil de operar, o modelo mantém o padrão de qualidade que tornou a Power Click uma referência em áudio profissional desde 2002.
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WSDG aprimora o som e a segurança no estádio do River Plate na Argentina
O Estádio Más Monumental de Buenos Aires incorpora design acústico e audiovisual de nível mundial em sua transformação completa.
Após uma renovação integral entre 2020 e 2023, o Estádio Más Monumental, sede do Club Atlético River Plate e da seleção argentina de futebol, consolidou-se como um dos espaços esportivos e de entretenimento mais avançados do mundo.
Com capacidade para mais de 86 mil espectadores, é atualmente o maior estádio da América do Sul, estabelecendo um novo padrão global em infraestrutura e experiência do público.
Um dos pilares dessa transformação foi a modernização total do sistema de som, desenvolvida com a consultoria da WSDG, empresa internacional especializada em projetos acústicos e sistemas audiovisuais.
Som de precisão para um estádio histórico
O projeto foi realizado em colaboração com as marcas Bosch e Electro-Voice, combinando engenharia acústica avançada, cobertura uniforme e uma atmosfera sonora imersiva tanto para eventos esportivos quanto para grandes concertos.
A WSDG realizou uma análise técnica detalhada, propôs otimizações de design e supervisionou a calibração final no local, garantindo desempenho ideal em todas as áreas do estádio.
“Projetar para estádios é sempre buscar o equilíbrio entre clareza e energia emocional”, afirmou Sergio Molho, sócio e diretor de desenvolvimento de negócios da WSDG. “No Más Monumental conseguimos criar uma experiência sonora que potencializa cada palavra, canto e momento musical com precisão e força.”

De sistemas obsoletos à tecnologia de ponta
Durante anos, o River Plate dependia de sistemas de som temporários alugados, instalados ao nível do campo, o que resultava em cobertura irregular e baixa inteligibilidade.
O sistema fixo anterior, instalado originalmente para a Copa do Mundo de 1978, já estava tecnicamente ultrapassado.
“Um novo sistema de som era uma condição indispensável para a renovação”, explicou Rodrigo Álvarez, arquiteto-chefe e gerente de construção do clube. “Era essencial não apenas para aprimorar a experiência do público, mas também por questões de segurança. Buscamos parceiros com experiência comprovada em estádios, e foi por isso que escolhemos a WSDG.”
O projeto final integrou alto-falantes de fonte pontual distribuídos e arranjos lineares montados nas arquibancadas, gerenciados por processamento digital de sinal (DSP) para manter coerência sonora em todo o estádio.
A WSDG também aplicou sua metodologia Technical Interior Design (TID) em áreas internas, melhorando a clareza da fala e a qualidade acústica de ambientes complementares.
Desafios estruturais e logísticos
Integrar um sistema de última geração em uma estrutura construída na década de 1930 exigiu um planejamento minucioso.
“Foi necessário reforçar as estruturas de concreto, modernizar os sistemas elétricos e coordenar as instalações sem interferir nos jogos e eventos em andamento”, destacou Álvarez. “Apesar das limitações, o resultado é um sistema que se integra visualmente à arquitetura e eleva a experiência geral do estádio.”
Um novo padrão para torcedores e espetáculos
O impacto da modernização foi imediato. O River Plate encerrou 2024 como o clube com maior público do mundo, com média de 84.567 torcedores por partida e mais de 2,4 milhões de espectadores ao longo da temporada.
“A reação dos fãs e dos artistas foi extremamente positiva”, acrescentou Álvarez. “A melhoria na qualidade sonora foi perceptível desde o primeiro dia e foi um fator essencial para que o estádio fosse escolhido como uma das sedes da Copa do Mundo de 2030.”
Design que amplifica a paixão
“É aqui que o design encontra a emoção”, resumiu Sergio Molho. “Seja em um gol decisivo ou em um show esgotado, nosso objetivo é garantir que cada som chegue a cada pessoa com clareza, potência e sem compromissos. Quando o sistema desaparece e só resta a experiência, sabemos que o trabalho foi bem-feito.”
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Bose Professional anuncia ajuste de preços a partir de dezembro de 2025
O CEO John Maier comunicou a medida aos clientes da região das Américas, reforçando o compromisso da marca com a qualidade, a continuidade do fornecimento e o investimento em inovação.
A Bose Professional anunciou que realizará um ajuste moderado nos preços de todos os seus produtos a partir de 1º de dezembro de 2025, em razão do aumento contínuo nos custos de materiais, das tarifas internacionais e das pressões logísticas globais.
Em carta dirigida aos clientes, John Maier, CEO da Bose Professional, explicou que a empresa havia mantido seus preços estáveis durante o primeiro semestre do ano, como forma de oferecer estabilidade e transparência enquanto avaliava as mudanças no cenário comercial internacional.
“Nossos clientes mereciam estabilidade e transparência enquanto a situação global se ajustava”, afirmou Maier. “Graças a medidas como a renegociação de contratos com fornecedores, a transferência de parte da produção para regiões com tarifas menores e o uso de zonas de livre comércio nos EUA, conseguimos adiar o aumento por mais tempo do que a maioria das empresas do setor”.
No entanto, o executivo destacou que manter os preços atuais já não é sustentável sem comprometer a qualidade dos produtos e a capacidade de inovação da companhia. Por isso, o reajuste abrangerá todas as categorias de produtos da Bose Professional em toda a região das Américas.
Para reduzir o impacto sobre os projetos em andamento, a empresa informou que manterá os preços anteriores para todos os pedidos registrados ou orçamentos aprovados até 30 de novembro de 2025, desde que o envio esteja programado até 1º de janeiro de 2026. Os detalhes atualizados serão comunicados aos parceiros e distribuidores nos próximos dias.
Maier reforçou que a decisão “não foi tomada de forma leviana” e reiterou o compromisso da Bose Professional com seus clientes e parceiros de negócios: “Desde que nos tornamos uma empresa independente, nosso foco tem sido construir relações de confiança e longo prazo. Embora fatores globais estejam além do nosso controle, nossos valores permanecem os mesmos: apoiar nossos clientes com comunicação clara, fornecimento confiável e investimentos contínuos em inovação.”
Com essa medida, a Bose Professional busca garantir a sustentabilidade de suas operações e continuar desenvolvendo soluções que impulsionem o crescimento do mercado audiovisual profissional em todo o continente.
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