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Gibson anuncia sua própria gravadora, Gibson Records
A Gibson apresentou recentemente a Gibson Records, sua própria gravadora, que já lançou o primeiro álbum com Slash.
A Gibson lançou a Gibson Records, com sede em Music City, Nashville, TN, em conjunto com uma parceria estratégica com a BMG.
A empresa reconhece que muitos álbuns icônicos foram gravados com instrumentos da marca, então a Gibson Records agora trabalhará com os artistas da Gibson para produzir, gravar e promover suas músicas para fãs ao redor do mundo, sempre focando na guitarra.
“Lançar uma gravadora a serviço de nossos artistas é a evolução natural de nossos 127 anos de história. A Gibson Records trabalhará com os artistas da Gibson para capturar, gravar e promover sua música em uma parceria amigável com os artistas”, disse Cesar Gueikian, presidente de marca da Gibson Brands. “A Gibson Records manterá todos nós da Gibson focados em nossa cultura de “o artista primeiro”, engajada e conectada à música. Estamos entusiasmados com o lançamento da Gibson Records e em anunciar que Slash é nosso primeiro artista contratado e que firmamos uma parceria com a gravadora BMG.”
Isso mesmo, a Gibson Records fez uma parceria estratégica com a BMG para este lançamento da Slash, a quarta maior gravadora do mundo.
“É uma honra ser o primeiro lançamento da nova Gibson Records”, disse Slash. “É um ápice em nossa associação, sem dúvida, e tendo trabalhado tão próximo à Gibson por tanto tempo, eu sei que será uma gravadora que genuinamente apoiará seus artistas de maneiras criativas. Não só eu, mas todos os artistas com quem eles escolheram trabalhar. É perfeito.”
“A parceria com a Gibson Records e a BMG apresenta uma oportunidade única e empolgante de explorar novas idéias para marketing e promoção de um disco”, acrescenta Jeff Varner, co-fundador do Revelation Management Group (gerente de longa data do Slash). “Isso mostra um compromisso real da Gibson com a comunidade artística e servirá como um modelo para futuros lançamentos de artistas. Trabalhar com Cesar e a equipe da Gibson proporcionou um novo enfoque em como podemos apoiar o lançamento de um álbum.”
“A BMG parabeniza a Gibson pelo lançamento da sua nova gravadora e tem orgulho de ser parceira da Gibson Records no lançamento de seu álbum inaugural”, disse Thomas Scherer, presidente da BMG Repertoire e Marketing de Nova York e Los Angeles. “Esta é a combinação perfeita de duas marcas globais com uma reverência incomparável por artistas icônicos e respeito por servir seus talentos criativos. Estamos entusiasmados em ser o parceiro mundial do novo álbum de Slash com Myles Kennedy and The Conspirators e esperamos trazer sua nova música para fãs ao redor do mundo.“

Primeiro lançamento da Gibson Records com a BMG: o novo álbum de Slash com Myles Kennedy and The Conspirators
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Exportação de música brasileira, uma boa ideia!
O Brasil possui uma série de dificuldades na exportação de sua música para uma audiência internacional, mesmo assim, exportar é preciso
O Brasil possui uma série de dificuldades na exportação de sua música para uma audiência internacional, mesmo assim, exportar é preciso
Escritórios de exportação de música são algo relativamente novo. A French Export Bureau foi a pioneira da área, criada em 1993, e, atualmente, a maioria dos países europeus, já possuem seus próprios escritórios de exportação, enquanto seus modelos e orçamentos variam. Existem também entidades culturais com presença internacional – como o Institut Français, Goethe Institute e o British Council.
Alguns países possuem Centros de Informação Musical, geralmente focados na música folk local e música clássica, porém também com um foco em exportação. A maioria dos escritórios de exportação oferecem uma gama similar de serviços, frequentemente com uma série de diferentes parceiros locais. Por exemplo, a estrutura de exportação do Reino Unido envolve diferentes fontes de financiamento, de diversas entidades, para realização de uma variedade de serviços e atividades.
Juntamente com os escritórios de exportação europeus, outros países com escritórios de exportação bem-organizados incluem o Canadá, a Austrália e a Coréia do Sul. Orçamentos são geralmente estabelecidos em uma base de 2 anos e podem variar de € 100 mil até valores próximos de € 1 milhão. Considerações orçamentárias são muito importantes, no auxílio a especificar se nosso projeto é puramente cultural (e simbólico) ou comercial (onde estamos competindo com outros escritórios de exportação pelo nosso espaço no mercado internacional).
O Brasil possui uma série de dificuldades na exportação de sua música para uma audiência internacional – sendo as mais comuns o idioma, distância, burocracia, e a escassez de apoio financeiro.
A repercussão internacional de artistas como Anitta e Pablo Vittar ainda é uma incógnita; Seriam eles apenas produtos do maquinário marqueteiro por trás da Sony e Warner, ou talvez estariam abrindo um nicho onde outros artistas e companhias brasileiras podem participar no mercado internacional?
E será que outros artistas brasileiros podem seguir estes passos sem o suporte de gravadoras internacionais e playlists do Spotify? Existe algum público real e numericamente relevante no exterior? Uma base de fãs?
E quanto a nova geração de cantores de MPB? Conseguem se estabelecer no exterior, assim como Caetano, Gil, Marisa Monte, Céu, e Vanessa da Mata tem feito no passado, agora sob circunstâncias diferentes?
O papel de um escritório de exportação é criar a fundação de trabalho, estabelecer uma estrutura de networking e oportunidades para que empresas e futuros talentos possam colher os benefícios de seus trabalhos. O foco de qualquer escritório de exportação deve depender de demandas realistas, necessidades e participação ativa do setor. E, assim como o setor se encontra em constante fluxo (novas tecnologias, novas tendências, novos modelos de negócios), o escritório de exportação também deve ser flexível o suficiente para se adaptar a estas mudanças.
A maneira com o qual tratamos nossas indústrias criativas, reflete em como nos consideramos enquanto uma nação. Basta pensar em países que queimaram livros e perseguiram seus artistas para entender a política e visão cultural daqueles no poder – e o impacto resultante que é gerado na economia criativa local e na imagem que o país retrata mundo afora.
A força econômica e visão da Coreia do Sul, por exemplo, é refletida no sucesso que o K-Pop tem tido ao redor do mundo. Artistas como U2, Abba, Daft Punk e Kraftwerk tem gerado soft power para seus respectivos países muito além de suas conquistas puramente musicais – e, frequentemente, mais que os esforços de seus representantes diplomáticos. Você não precisa gostar da música, mas são inegáveis as coberturas de imprensa positivas e oportunidades comerciais de longo termo.
Embora o Brasil tenha tradicionalmente um longo histórico de exportação de compositores, músicos e cantores de sucesso, o país tem sido amaldiçoado no exterior com uma imagem mainstream que retrata o exótico e erótico. Garotas de biquíni na praia com o pano de fundo de adolescentes carregando metralhadoras fugindo das favelas enquanto milícias policiais corruptas disparam contra elas, acompanhadas por uma trilha sonora de batucada e batidas de funk. Enquanto a maioria das sociedades ocidentais possuem seus próprios problemas sociais equivalentes, no Brasil estas características são constantemente retratadas como definidoras da sociedade, e pouco ou quase nada é feito para apresentar uma outra imagem e diferentes realidades do país.
O Brasil nunca teve nenhum projeto de exportação a longo termo com apoio contínuo, tanto da indústria quanto de políticas governamentais. Essa fragmentação e falta de continuidade é frustrante tanto para a indústria local, assim como para parceiros internacionais que ficam receosos de investir em projetos que necessitam um aporte financeiro inicial proveniente do lado brasileiro.
O Brasil, geralmente através dos Ministérios da Cultura e Turismo, tem, tradicionalmente, investido grandes quantias de dinheiro em diversos eventos musicais internacionais esporádicos, que vem a gerar um retorno financeiro para aqueles diretamente envolvidos com a produção do evento, mas que causam poucos resultados de longo prazo, especialmente no que diz respeito a estabelecer um público internacional para consumir nossa música. Caipirinhas gratuitas e uma noite de gringos dançantes não criam um mercado.
Isso não quer dizer que a música e artistas brasileiros não tenham carreiras internacionais. Muitos tem, através de uma mistura de trabalho duro, talento, sorte e uma rede de parceiros internacionais com mentes afins. Mas empresas individuais não podem competir com o poder financeiro e profissionalismo de escritórios de exportação internacionais.
Sem dados, sem números
Uma grande dificuldade é a carência de informação do quanto a musica brasileira realmente gera no mercado internacional. Sem números, se torna difícil fazer lobby para conseguir apoio governamental. As principais fontes de renda são:
- royalties de execução pública
- vendas de música gravada (CDs, LPs, streaming, downloads)
- sync
- branding/marketing
- caches/merchandising
Somos um país notoriamente carente de transparência sobre quanto nosso setor musical realmente vale – tanto no Brasil quanto no exterior.
É mais do que óbvio que o setor musical brasileiro requer um escritório de exportação, organizado pela indústria musical local e financiado por uma colaboração mista do governo e um coletivo de associações como a Abramus e UBC. É importante que o próprio setor musical esteja envolvido no financiamento de atividades de exportação, aproximando players do mercado mainstream e independente. O sucesso massivo no Brasil de, por exemplo, música sertaneja, indica que o país tem profissionais altamente competentes com uma riqueza de experiência e know-how.
Assim como os incentivos de ICMS no passado (Disco É Cultura) ajudaram a estimular o crescimento da produção de música local, nós precisamos de uma “taxa sobre o sucesso” para estimular novos entrantes no mercado. Mas é como se nós tivéssemos medo de exigir que a maioria que mais se beneficia, devesse dar algo de volta ao setor de onde eles emergiram. O tamanho do mercado local ilustra como poucos afortunados – e a indústria que os apoia – podem prosperar em um glorioso isolamento, às custas da maioria.
Apesar da grande variedade de sons e gêneros dentro da música brasileira, internacionalmente ela é categorizada dentro do gênero “world music”. Com a música brasileira, nós flutuamos entre mundos. Os grandes artistas vendem bem o suficiente no mercado interno a ponto de não precisarem se preocupar com o mercado internacional (ou não podem tomar o risco de investir tempo e dinheiro no exterior). O mercado latino não dialoga muito com o brasileiro (e vice-versa). O próprio setor de world music não considera a música brasileira com world music! E o setor de indie/rock ainda nos percebe com referências, já antigas, dos anos 60, com Tropicália e Tom Zé! E para o nosso mais notório gênero musical, o samba, são pouquíssimos os fãs internacionais da música que saberiam dizer o nome de qualquer artista do gênero.
O Brasil tem um histórico de sucessos internacionais esporádicos, da bossa nova até atos como Carrapicho, Sepultura, Cansei de Ser Sexy, Michel Telo, e recentemente Anitta e Pablo Vittar. O país também tem um forte impacto em mercados de nicho como metal e jazz – mas normalmente sucessos pontuais, sem continuidade de outros artistas, e raramente sem um impacto mainstream.
Continuamos a sermos relegados pelo exótico, com sucesso dependendo mais do interesse de companhias internacionais (selos, agencias, fãs etc) do que de trabalho focado gerado aqui no Brasil.
Isso, para ser franco, é um desastre. A música brasileira contemporânea merece uma audiência internacional. Infelizmente, a audiência internacional não está ciente da nossa existência. Até mesmo os grandes nomes das décadas de 60 à 90 estão lentamente se tornando desconhecidos à medida que o público internacional (inclusive jornalistas e DJs de rádio) tem envelhecido e não é substituído por uma nova geração. O legado – em termos de imagem e financeiro – está sendo abandonado.
Claro, quando comentamos sobre um público internacional, nós ainda estamos pensando em termos tradicionais – EUA, Europa, talvez Japão. Regiões como o continente africano, boa parte da Ásia, China e Índia ainda são desconhecidas para nós – e nós para eles – mas há um potencial massivo para explorar nosso catálogo de 100 anos de música. A medida que conglomerados internacionais continuam comprando catálogos musicais – com a intenção de gere retorno ao investimento – o que podemos fazer para impulsionar nosso “back catalogue” para frente? Se uma geração de japoneses (ou DJs do Reino Unido e hipsters dos EUA) acolheram nossa música dos anos 60 e 70, seria possível acharmos um novo público de ouvintes em outros territórios onde a sonoridade dos Beatles é tão nova quanto a de Os Mutantes?
Houveram diversos incentivos para promover a música brasileira no exterior. Um dos primeiros foi em 1945, quando o Ministério de Relações Exteriores anunciou:
O crescente interesse pela música brasileira exterior e uma excelente oportunidade de defender o Estado das Relações Exteriores de maneira efetiva, a Secretaria de Estado das Relações Exteriores está usando uma escolha mencionada de uma discoteca mínima da música, em seu aspecto erudito e popular, para ser remetida a importantes Missões diplomáticas e Consulados de carreiras do Brasil, bem como, por suas coleções intermediárias, às emissoras mais acreditadas e, eventualmente, representantes culturais a que possam fazer parte do interesse, o recebimento de uma dessas coleções . AHI (Rio de Janeiro) DCI/540.36/Circular 171.
Em 2001 a BM&A foi criada com financiamento do APEX-Brasil (de R$ 1 a 4 milhões por projeto), focada principalmente em organizar a participação brasileira em feiras internacionais de câmbio como a Midem, Womex, etc. O Ministério da Cultura e escritórios regionais de cultura também investiram recursos em atividades promocionais e atividades, assim como no auxílio nos custos de viagens internacionais.
Embora os gastos, a logística e a visão envolvidos na participação em feiras internacionais tenham impedido a maioria das empresas de participar, o recente crescimento das feiras virtuais – muitas vezes gratuitas – não trouxe um aumento significativo da participação brasileira. Isso é algo para refletir! Por que os artistas e suas respectivas empresas não estão participando?
A participação da música brasileira nas playlists das rádios internacionais e na imprensa especializada continua caindo a cada ano. Uma reclamação do setor internacional é que eles não têm mais acesso às novas gravações brasileiras e têm poucas informações sobre os desdobramentos aqui. Links enviados por e-mail para o Spotify não são suficientes!
Além dos profissionais da música brasileira que já têm uma rede internacional (criada por meio de turnês, participação em feiras, ou acordos de licenciamento, ou por meio de pesquisas!), muitas empresas nacionais carecem do básico para contatar possíveis clientes internacionais.
As bases
As bases para a exportação de música já foram criadas e testadas por escritórios internacionais de exportação que continuam inovando e reagindo às mudanças na indústria – seja devido ao recente episódio do corona vírus ou às mudanças tecnológicas em andamento na indústria. Sua existência e crescimento contínuos apenas reforçam nossa necessidade de tratar o setor musical brasileiro com o suporte profissional e financeiro que merece.
Uma configuração básica seria a seguinte:
1. Criar um Conselho de Exportação da Música Brasileira com representantes de todos os setores relevantes para coordenar com o governo nacional e local, indústria mainstream e independente, com um número de consultores dos diferentes setores, contratados por sua área de especialização, em uma base de projeto por projeto.
2. Estabelecer uma série de estratégias de exportação de 2 anos, identificando e focando em áreas que já geram resultados e em outras que devem ser desenvolvidas. Isso pode variar desde o apoio ao setor de MPB/world music já existente, até os novos setores de funk e hip hop, mas também incluindo serviços como estúdios, produção de vídeo e TI. É fundamental que o principal financiamento venha do próprio setor. Na Europa, 75% dos escritórios de exportação recebem financiamento das sociedades de gestão locais, geralmente cerca de 25% do seu orçamento total. No caso do Reino Unido, Hungria, Portugal e Itália, as sociedades são responsáveis por pelo menos 75% do orçamento total. No caso do French Music Export Office, 57,7% vem do financiamento do governo (soft power!), enquanto o restante vem das sociedades de cobrança e dos membros que pagam uma taxa anual.
3. Prestar assistência consular internacional aos exportadores de música que necessitem de apoio no terreno (vistos, networking, showcases e espaço físico para reuniões com clientes). Isso também envolveria a identificação das embaixadas em países que têm um circuito de turnês estabelecido para artistas brasileiros, bem como países que sediam conferências de música e feiras. Também seria importante identificar os principais atores que já apoiam a música brasileira no exterior e entender suas necessidades, criando um banco de dados dentro das embaixadas. Playlists atualizadas e boletins informativos sobre o setor musical brasileiro também seriam recomendados para todas as embaixadas.
4. Publicar anualmente um levantamento de dados de todos os setores da música brasileira, incluindo exportações. Também seria recomendado publicar atualizações regulares sobre atividades na indústria local para publicações como IQ, Billboard, etc.
5. Apoiar a participação continuada de empresas e artistas brasileiros em eventos e feiras internacionais do mercado musical.
6. Explorar a utilização do conteúdo musical brasileiro em feiras envolvendo os demais setores de exportação (alimentos, cosméticos, cinema, café, etc), bem como branding e marketing com grandes marcas.
7. Implementar mentoria e treinamento para aspirantes a empreendedores da área de exportação de música em colaboração com órgãos nacionais como o Sebrae em conjunto com entidades como ABMI, UBC e Abramus.
8. Coordenar com festivais e eventos de música brasileira a participação de profissionais da indústria musical internacional (bookers, jornalistas, supervisores de música) para vitrines e atividades de networking.
9. Investigar estratégias de apoio a programas de empresas envolvidas em projetos de tecnologia musical e start-ups empresariais.
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12 previsões para o futuro da música
Os “números oficiais da indústria” mostrarão que o negócio da música está crescendo, mas esses números serão altamente enganosos
Se você ganha a vida com música, algumas dessas mudanças podem ser um choque.
Deixe-me espiar minha bola de cristal e prever a próxima década na música. Sou corajoso (ou imprudente) o suficiente para dizer o que vejo, mas você pode querer se sentar primeiro. Se você ganha a vida com música, algumas dessas mudanças podem ser um choque.
Mas não me culpe, sou apenas o mensageiro. É a maldita bola de cristal que está irritada.
Significado de Previsão – Dicionário Michaelis
- Ato ou efeito de prever; antevisão, presciência.
- Suposição; antecipação de algo que ainda não aconteceu; conjectura.
- Cálculo de tudo o que é necessário para a execução de um programa ou de um projeto; estimativa, orçamento.
- V prevenção, acepção 5.
- ETIMOLOGIA: lat prævisĭo, -onis.
- Veja também: Conceito da palavra previsão.
Autor: Ted Gioya
Então prepare-se para A-Pop da África, I-Pop da Índia ou Indonésia, e toda uma série de sons e estilos concorrentes da América Latina, China, Europa Oriental, etc. mostrando algum gosto e mente aberta – isso promete ser uma tendência positiva, expandindo o escopo criativo de nossas vidas musicais.)
Os “números oficiais da indústria” mostrarão que o negócio da música está crescendo, mas esses números serão altamente enganosos
Por exemplo, o Spotify pegará o fluxo de caixa gerado pela música e o usará para adquirir direitos de podcasts etc. – e, em geral, a cultura musical ficará sem fundos porque agora precisa pagar as contas de outros negócios. (A bola de cristal me diz que o maior sonho do Spotify é entrar no vídeo e competir com Netflix e YouTube, usando músicas para pagar o custo de conseguir isso – mas isso não pode ser verdade, pode? Eles teriam que gastar bilhões de dólares para tocar nessas grandes ligas, e não há dinheiro suficiente na música para cobrir essas despesas.
Apenas o ego, e não a lógica, os empurraria nessa direção, não?) De qualquer forma, os mesmos números que serão divulgados como sinais da saúde da indústria da música realmente indicarão o escopo crescente dos drenos de dinheiro e talento no setor criativo/ lado artístico do negócio.
No entanto, eles poderiam ter um grande impacto positivo na cultura se quisessem, dados os enormes recursos à sua disposição. Assim, os gostos musicais dos CEOs da Apple, Google, etc. podem acabar tendo um impacto surpreendentemente grande em como as coisas acontecem.
A maioria das pessoas que trabalham na indústria da música será mal paga, com poucas oportunidades de avanço. Novas vagas no topo normalmente vão para familiares e amigos íntimos dos chefes da velha escola – tornando o nepotismo a única tradição do negócio de discos que sobreviverá, não importa o quê.
E quem pode culpá-los? Depois de desmoronar a economia do negócio fonográfico, eles claramente precisam de um novo campo para destruir.
Ai! Isso foi doloroso. Quero quebrar esta bola de cristal e comprar uma nova ou talvez eu precise consultar meu horóscopo, ou estudar as entranhas dos pássaros. Tem que haver uma maneira melhor de prever o futuro. Porque, embora todos gostemos de estar certos, este é um caso em que prefiro estar errado.
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Como mudou o consumo de música digital nos tempos de Covid19
Como estão se comportando as pessoas em casa? Em particular: como mudou o consumo de música digital neste período?
Como estão se comportando as pessoas em casa? Em particular: como mudou o consumo de música digital neste período?
O distanciamento social por conta do Covid-19 em São Paulo iniciou na semana de 16 de março (a Tratore entrou em trabalho à distância em 17 de março). No final de semana seguinte houve um decreto municipal fechando o comércio, seguido do decreto estadual na segunda-feira. Já se passaram dois meses, portanto.
Na época, a Tratore anunciou várias medidas para tentar compensar o total derretimento do negócio da música ao vivo e amenizar um pouco as perdas financeiras dos artistas, como um bônus especial nos relatórios e a isenção de taxas de cadastro para os distribuídos durante este período.
Antes do mês de março, o consumo de música digital nas plataformas de streaming (aquelas em que você não compra a música, mas apenas paga uma taxa para ter acesso, como o Spotify, a Deezer e a Apple Music) seguia um padrão semanal bastante previsível: nos fins de semana e feriados havia um pouco menos de atividade e o consumo se concentrava durante a semana, em particular na sexta-feira, dia em que tradicionalmente se lança música nova (conhecido no ramo como New Music Friday).
Então, o gráfico da semana era mais ou menos assim:

Este é um gráfico de número de plays aproximados nas plataformas e não tem necessariamente a ver com o faturamento, que é calculado por rateio.
E o gráfico de diversas semanas fica com essa cara, mais ou menos:

Por que as pessoas ouvem menos música nos fins de semana? Não seria normal esperar o contrário? Na verdade, não. As pessoas dirigem mais durante a semana, pegam mais transporte coletivo durante a semana, podem estar trabalhando num cubículo ou dentro de um caminhão, ou seja, coisas que fazem com que se ouça mais música. E no fim de semana, antes de março, era comum ficar em casa e arrumar as coisas, ver filmes, cozinhar, cuidar das crianças, ver os amigos… Algumas dessas coisas deixamos de fazer, mas outras continuamos fazendo.
Analisando os dados reais da Tratore de fevereiro até maio, temos o seguinte:

Pode-se ver claramente nos 45 dias anteriores ao distanciamento o padrão repetitivo das semanas mostrado acima, interrompido por um soluço durante o carnaval, mas a periodicidade é bem clara. Isto segue até o distanciamento, e a partir daí não existe mais nenhuma periodicidade e o comportamento do streaming passa a ser totalmente imprevisível. Temos picos nas sextas como antes, mas também nos sábados e até nos domingos. O que está acontecendo?
Primeiramente, a média de audições caiu um pouco, aproximadamente 8%. A linha mostra a média anterior e a nova:

Isso já foi identificado em outras análises de outros agregadores e gravadoras. O consumidor está ouvindo um pouco menos de música. Por quê? Um palpite inicial era que os planos de assinatura de streaming estivessem sendo cancelados como medida de economia frente a uma possível ou real crise financeira. Mas não.
Duas coisas nos levam a pensar diferente disso. Em primeiro lugar o numero de audições não está caindo mais. Ele se moveu abruptamente para um novo patamar e parou por aí. Um movimento frente a uma crise seria diferente. Os ouvintes cancelariam seus planos gradativamente conforme fossem sentindo dificuldade em pagar. Isso, portanto, não explica.
Além disso, essa queda de 8% no streaming foi igual em todos ou quase todos os países.
Uma possibilidade de explicação aparece quando olhamos a média dos FINS DE SEMANA no período anterior ao confinamento.

A linha cinza mostra a média de número de streams apenas durante os fins de semana, mais baixa portanto do que a média geral. Este é o patamar para onde foi o novo consumo de música. Na verdade, o consumo se reduziu para os patamares dos fins de semana, agora em todos os dias. Isso vale para a Tratore e os números utilizados se referem apenas à Tratore. Seria interessante saber se outros agregadores estão vendo o mesmo.
Isto não tem necessariamente reflexo no faturamento das plataformas, uma vez que o cálculo de faturamento se dá por rateio e é função do número de assinaturas pagas e publicidade veiculada e não do numero de faixas ouvidas. Como o ciclo de pagamento é mais lento que o ciclo de reportes sobre o número de plays, ainda não temos como fazer esta análise.
O consumidor passou a consumir música como consumia nos fins de semana, só que agora todos os dias. Aqui na Tratore passamos a chamar isso de “efeito Morrissey”: Everyday Is Like Sunday, todo dia é domingo.
Perguntas ainda a responder:
- mudou o faturamento?
- mudou o crescimento das plataformas?
- mudaram os gêneros mais ouvidos?
- mudou a composição de faixa etária do streaming?
- mudou o BPM? (estamos ouvindo mais musicas lentas? Ou mais rápidas?)
- algum artista se destacou de repente durante a pandemia?
- o que é mais importante? Lançamentos ou catálogos? Isso mudou?
- as lives estão tendo efeito no consumo de streaming?
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