Educação musical tem mudado em todo o planeta, mas encontrar pessoas e compartilhar informação ao vivo é o que mantém o bom aprendizado da música ainda vivo
Motivado pelo lançamento do filme biografia “The Dirt” do Motley Crue (baseado no livro homônimo, escrito pelo fantástico jornalista Neil Strauss), voltei a escutar os discos desta icônica banda, que tanto acalentou meus sonhos roqueiros na adolescência e mantém minha veia roqueira pulsando na meia idade.
Revendo os vídeos antigos e novos destes ícones fui preenchendo lacunas que a correria da vida nos lança e me deparei com o hilário, reality show , Tommy Lee goes to school… onde nosso herói convive e assiste aulas num campus tradicional de uma universidade norte americana. Tirando o fator, obviamente “fake” que paradoxalmente envolve o conceito de realidade deste tipo de programa, nos traz boas risadas e particularmente, o questionamento de buscar educação seja em qual momento da vida.
O sistema educacional está passando por um repaginamento absurdo em qualquer local do planeta, independente do meio e da mensagem que se posiciona.
Numa era cada vez mais digital e móvel, em que o tempo é cada vez mais fluido, fica o questionamento do trabalho no ambiente virtual(cada vez menos virtual, graças aos avanços insanos na tecnologia) se contrapondo ao físico(também, cada vez ironicamente, mais distante em função da nossa modernidade disruptiva.
Um professor de violão (o grande Daniel Clementi, fundador do Quaternaglia) costumava me dizer:__ “a minha matéria, o violão, é muito misteriosa…não é linear e objetiva, como contra- ponto, harmonia ou estética e história…”
Esta é uma das grandes verdades de minha vida, na qual pude ao longo destes anos observar como o aprendizado musical é tudo, menos uma linha reta com começo meio e fim em que o nosso mistério, dualidades e todo coquetel de contradições que nos faz humano, está direta- mente ligado ao histórico e à visão de cada indivíduo.
Nosso grande desafio é saber juntar estes dois universos, aparentemente conflitantes, extrair o melhor de cada um, objetivar a fluidez do rio digital, sem perder o humanismo que, com nosso erros e acertos, nos faz seres racionais.
Numa saideira de uma curso que ministrei sobre Jimi Hendrix, estava com a galera no tradicional bolo com café falando sobre isso: _ a necessidade do simples fato de conviver, trocar experiências e visões, se dar o direito de uma pausa entre pessoas que compartilhem a mesma paixão e interesse. É através deste mesmo encontro que a rota do aprendizado de cada um toma verdade e direção…