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Mazök apresenta suas baterias feitas à mão 

A Mazök faz baterias artesanais em Bragança Paulista (SP). Trabalhando especificamente com pedidos de músicos, a empresa agora pensa estender sua presença fazendo parcerias com lojas.

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A Mazök nasceu quando as paixões por trabalhar com madeira e por tocar bateria se encontraram e, após muita pesquisa, nasceu o primeiro tambor stave feito à mão, em meados de 2015. “De lá para cá estou sempre pesquisando, aprendendo com luthiers de todo o mundo (a bênção chamada internet), desenvolvendo novas ideias e testando as possibilidades que nosso país oferece, no quesito diversidade de madeiras e outros recursos”, contou Tobias J. Mazochi, proprietário e fundador da Mazök Hand & Heart Crafted.

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Tobias J. Mazochi

Atualmente a empresa foca a criação de cascos e aros solid block exclusivos. São modelos feitos sob medida para a demanda de cada músico, tanto em aspectos visuais quanto sonoros, tudo feito à mão (com o auxílio de maquinário elétrico quando preciso, mas tudo operado manualmente) e tudo feito “no meio do mato”, no interior de São Paulo, zona rural de Bragança Paulista. Até o momento tudo é feito a duas mãos apenas, as de Tobias: “Todas as peças são desenvolvidas e construídas por mim, desde o conceito e projeto até o acabamento e envio”.

Os produtos da Mazök são construídos com um conceito ainda pouco usado no Brasil, por ser pouco utilizado pela indústria e mais por luthiers e fabricantes artesanais.

A diferença básica entre o comum do mercado e os produtos da Mazök é uma fórmula simples: mais madeira, menos cola, tudo feito com as mãos e coração = qualidade de som e acabamento elevados, e instrumentos únicos para cada músico.

Foco nas lojas

Até agora, Tobias vinha trabalhando direto com os músicos. Ele explica: “Como grande parte do que tenho feito são peças customizadas para cada músico, as vendas têm sido diretas, passando por uma consultoria para entender o que o músico precisa e deseja, o desenvolvimento de um modelo que atenda às exigências tanto de performance quanto estéticas, construção, entrega e acompanhamento pós-entrega”.

Mesmo com o trabalho de relacionamento direto com o músico, ele tem criado e enviado projetos para todo o País, para estados como Maranhão, Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Distrito Federal e até para o exterior, como Austrália.

Para os próximos meses, a meta é focar também vendas em lojas. “Já fiz algumas vendas por lojas físicas na cidade de São Paulo. O foco será formar parcerias com lojas para conseguir ampliar a distribuição e divulgação da marca”, destacou.

mazok copiaNa Music Show

A Mazök foi uma das empresas que participaram da Music Show Experience em 2018, no setor Handmade. Nessa oportunidade, os visitantes puderam ver no estande um kit de bateria com cascos stave e aros de madeira, junto com algumas caixas solid block e stave.

“A participação na Music Show Experience foi um verdadeiro mix de sentimentos e experiências, da ansiedade em preparar tudo e aceitar que algumas coisas não seriam possíveis ou viáveis para essa edição da feira até o contato com outros luthiers. Foi sensacional! Mesmo eu sendo o único luthier de bateria no meio de tantos luthiers de cordas, a troca de conhecimento, o fato de conhecer algumas pessoas de quem já tinha ouvido falar, e ainda conhecer pessoas e artistas incríveis que eu não conhecia, é realmente diferente quando se está em meio a pessoas que falam a mesma língua, que têm a mesma paixão, os mesmos desafios e problemas. É diferente quando se percebe que não se está sozinho!”, contou Tobias.

Segundo ele, a experiência com o público também foi sensacional, ainda mais por ser a primeira vez que a marca foi exposta dessa forma e poder fazer esse tipo de contato olho no olho com as pessoas que passaram para testar, perguntar e elogiar.

“Os resultados em números ainda são tímidos, mas a semente foi plantada, e acredito que muito bem plantada, tanto para a Mazök quanto para todos os outros que participaram. Acredito que fazer esse mercado crescer é como fazer um instrumento musical: quem já fez um instrumento sabe quanto de trabalho, empenho, dedicação e cuidado é necessário, mas no final todo o esforço se paga.”

IMG copiaO que vai, o que vem

Fazendo um resumo de 2018, Tobias contou que foi um ano bem turbulento. “O primeiro semestre foi bem cheio, já no segundo o foco era justamente a participação na Music Show Experience, então a demanda caiu um pouco. Senti também — e conversando com outros luthiers e fabricantes — uma certa queda geral no mercado. Talvez seja apenas o vaivém natural do mercado, ou talvez tenha sido a fase incerta que o país passou com os trâmites eleitorais. Já no final do ano começou a parecer que as coisas estão voltando a uma certa normalidade.”

Começando 2019, ele disse que “não tem muito segredo. O plano é continuar focado em melhorar a produção, desenvolver novos produtos, melhorar os que já dão certo, formar parcerias com músicos, influencers e lojas”.

Na opinião do luthier, a fabricação nacional de instrumentos, de um modo geral, precisa passar por um novo despertar. “A grande indústria, por natureza, foca a grande quantidade, o que é preciso para suprir toda a demanda, e espero que essa demanda só aumente. Afinal, isso dirá que cada vez mais pessoas estão fazendo música.”

“Quando falo em despertar, refiro-me aos músicos em si, que em alguns casos desconhecem a qualidade da produção nacional artesanal, ou que conhecem mas não dão o devido valor. A partir do momento que o músico brasileiro começar a acreditar que o que é feito aqui, com matéria-prima e mãos brasileiras, já não deve em qualidade aos instrumentos importados, esse mercado emergente do custom/handmade chegará a sua maturidade”, concluiu.

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