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NAMM Show 2016 recarregada!

De 21 a 24 de janeiro, Anaheim voltou a receber a membros da indústria musical de todo o mundo, criando um círculo de ideias, novidades e relações comerciais.

Ir para a NAMM a cada ano é sempre emocionante para quem tem a oportunidade de viajar à Califórnia. É um ‘parque de diversões’ onde podemos ver, saber, conhecer e ouvir tudo sobre a indústria de instrumentos musicais e áudio. Instrumentos variados, microfones, sistemas de áudio, acessórios, notícias, lançamentos, curiosidades, fofocas e ‘comentários off the record’. Que mais podemos pedir?

Palco no exterior da NAMM

Este ano dava para perceber uma energia maior no centro de exposições, inclusive desde antes de começar a feira, com expositores entusiasmados — muitos apresentando-se pela primeira vez — e uma enorme quantidade de público, especialmente nos dois primeiros dias.

“Se observamos o número recorde de marcas expositoras, a entrada de um novo espírito empresarial e a presença de 125 países, a indústria parece pronta para um crescimento vital e mais inovações”, disse Joe Lamond, presidente e CEO da NAMM. “A NAMM Show é um reflexo da nossa indústria, não só onde está neste momento, mas o mais importante, para onde está indo.”

Alguns números

É importante destacar que a feira deste ano foi a maior nos 115 anos da National Association of Music Merchants, com um recorde de 1.726 companhias expositoras — 7% de aumento em relação ao ano passado —, representando mais de 6 mil marcas. Segundo os expositores, este ano os compradores chegaram prontos para adquirir produtos e fazer pedidos diretamente durante o evento, mostrando, talvez, uma melhora no mercado americano.

Por parte dos visitantes, foram registrados 101.736, entre convidados dos membros da NAMM, estudantes, compradores, funcionários de lojas, expositores, imprensa e músicos em geral, resultando em 2% a mais sobre o evento de 2015.

Por parte das empresas debutantes, somaram-se 409, mais 174 empresas que voltaram a expor em 2016. Já falando sobre os visitantes do exterior, a conta chegou a 15.915, 20% mais do que no ano passado. Os viajantes chegaram de 125 países diferentes e devemos reconhecer que encontramos uma enorme quantidade de latinos percorrendo o evento!

Algumas tendências

Guitarra Fender desmontada

Guitarra Fender desmontada

Como destaque, na exposição puderam ser vistas diversas tendências no setor de instrumentos. Pelo lado de sintetizadores, está se apresentando uma inclinação para os sintetizadores analógicos, com várias marcas mostrando modelos modulares pequenos.

Já entre os instrumentos com trastes, percebeu-se que o crescimento continua dando maior ênfase aos produtos elétricos, contrastando com o aumento recente no lançamento de produtos acústicos.

Na percussão, o melhor veio por parte dos artistas que estiveram visitando os estandes, incluindo os bateristas Questlove, Josh Dun, Tré Cool, Stewart Copeland, Carmine Appice, Josh Devine e muitos outros.

Também não faltaram demos e shows, não só com instrumentos mas também mostrando a energia do mercado de DJ e software para áudio profissional.

O que mais dizer? Apresentamos uma interessante foto-galeria dos protagonistas desta edição. Não se esqueça de que para vê-la completa, você pode visitar www.musicaemercado.org.

 

O Brasil presente!

Em mais um ano, destacamos a presença do pavilhão especial dedicado a fabricantes do nosso querido Brasil. Instrumentos e acessórios criados no País chamaram a atenção dos visitantes no evento, que mostraram seu interesse não só nos produtos, mas também na cultura dos expositores.

time de brasileiros presentes da NAMM, com apoio da Anafima e da Apex Brasil

          O time de brasileiros presentes na NAMM, com apoio da Anafima e da Apex Brasil

No colorido setor brasileiro havia 24 empresas — presentes com o apoio da Anafima e da Apex Brasil —, incluindo Contemporânea, Fire, Giannini, Meteoro, Odery Drums, Izzo, Spanich, Staner/Renaer, Stay Music, Tagima, Urbann Boards, Music Kolor, Mac Cabos, Carrozza, Ronay, Solid Sound, iBox, Datalink, Wood, Suette, Rozini, RMV, Ever-ton e Luen.

Participando pela primeira vez, Adriano Moretti, da iBox — fabricante de acessórios para instrumentos musicais —, descreveu essa como uma “experiência única”. “Estamos aprendendo mais sobre o mercado internacional e as suas exigências. Os produtos brasileiros têm muita qualidade, devemos ter cuidado com o modo como os apresentamos para poder nos adaptar aos standards e crescer no exterior”, comentou.

Concordando com isso estava Klaus Ximenes de Souza, da Mac Cabos, que disse: “É uma experiencia inovadora e a aceitação do produto está sendo muito boa. Em questão de valores, o pessoal está gostando. Talvez seja pela vantagem do nosso câmbio hoje. É muito bom ter contato direto com os importadores americanos. Ainda vendemos apenas no Brasil, mas estamos otimistas com a possibilidade de exportar”.

Para Felipe Carvalho, da empresa especialista em acabamentos para guitarra Music Kolor, a feira foi um sucesso: “Os visitantes, tanto americanos como europeus e asiáticos, se encantaram com a nossa pintura, arte e instrumentos. A pintura é uma especialidade que todo mundo tem dificuldade em fazer e a oportunidade foi boa para mostrar a nossa qualidade. Inclusive tivemos a visita de várias indústrias querendo terceirizar a parte de pintura conosco”.

Alexandre Carrozza e Guto Rodrigues, das guitarras personalizadas Carroza, comentaram: “É o segundo ano que expomos na NAMM e é muito bom para fazer novos contatos, além de conhecer os novos instrumentos e uma cultura diferente. A nossa intenção é ir conquistando aos poucos o mercado americano e estar aqui ajuda muito! Também ajuda muito a nossa imagem no Brasil, dá credibilidade e prestígio”.

Tiago Valente, dos pianos Suette, encontrou no pavilhão brasileiro “uma família! É muito bom o ambiente de parceria que encontramos tão longe de casa. Ainda melhor fazendo contatos com os visitantes”.

Outro comentário positivo veio de Everton da Silva, da Ever-Ton Mouthpieces: “Já conhecemos o mercado brasileiro, então, para nós isso aqui é outro mundo. Muitos contatos! Acredito que irão surgir novas parcerias muito importantes. Somos fabricantes de boquilhas para iniciantes, músicos intermediários e profissionais, e os únicos no Brasil que usam a mesma matéria-prima das grandes marcas. Isso nos dá uma vantagem grande”.

“Sempre é bom poder ver as aberturas no mercado e as tendências de primeira mão. Trouxemos produtos de percussão típicos dos ritmos brasileiros que atraem aos visitantes. Já temos presença em vários países da Europa e na América Latina em geral, mas agora estamos procurando potenciais clientes nos Estados Unidos também”, contou Douglas Prado, da Luen.

A Solid Sound, fabricante de cases de Curitiba, foi uma das debutantes este ano. Paulo Peceniski confirma: “Temos uma linha muito grande, com mais de 250 itens para todo tipo de instrumentos. Embora só tenhamos trazido uma pequena parte do nosso estoque, dá para mostrar a qualidade dos nossos produtos e as pessoas se surpreendem porque reconhecem que vários deles são inéditos no mercado mundial! Poder fazer contatos e conhecer pessoas do mundo inteiro, isso é o melhor!”.

No caso da Datalink, foi a primeira participação e o diretor de vendas, Mário Garcia, conta: “Estar aqui abre muitas portas, principalmente porque somos relativamente novos no mercado de cabos para áudio e instrumentos musicais. O americano é um público diferenciado, só vai aonde lhe interessa. A coisa boa aqui é que as visitas são de lojistas, ou seja, possíveis distribuidores para trabalhar com os nossos produtos”.

“Expor na NAMM é expor para todo o mundo. Tem muitos visitantes da América Latina e da Europa, e é muito bom dar visibilidade para a nossa marca. Estamos começando a trabalhar na América Latina com um distribuidor em Miami e tivemos muitas reuniões com empresas da região aqui. Foi muito bom poder conhecê-los e que tenham visto nossos produtos em ação”, disse o fabricante de guitarras, baixos e violões Ney Nakamura, da reconhecida Tagima.

Wagner Dorta, da Fire — fabricante de pedais —, participando pela primeira vez, contou que foi uma experiência única. “Muito legal poder ver o mercado, analisar como as empresas trabalham aqui, como apresentam os produtos. Para nós, é um motivo de incentivo para continuar com o nosso trabalho. O visual dos nossos produtos chamava a atenção e muitos visitantes pararam para testá-los. Eles se surpreenderam gratamente com a nossa qualidade!”.

Raúl del Trejo, do grupo Renaer, contou que há mais de 20 anos visita a NAMM, mas foi a primera vez que expuseram com todas as marcas do grupo. “A feira é norte-americana e logicamente há muitos visitantes locais, mas também há muitos da América Latina, e isso nos ajuda muito. Estamos fazendo uma reestruturação desde o início de 2015 com a nossa distribuidora Miami Audio Music, e o fato de a NAMM acontecer em janeiro vai nos ajudar a tornar os projetos mais assertivos para 2016.”

O fornecedor de madeiras para instrumentos musicais Ronay também esteve presente pelo segundo ano e seu CEO Roni comentou: “Estamos dando continuidade ao trabalho que começamos há um ano. Temos muitas mais reuniões e possibilidades de venda. É ótimo!”.

Uma empresa que voltou à feira depois de cinco anos foi a RMV. Anselmo Rampazzo, diretor da companhia, comentou: “É muito bom voltar! Trouxemos peles e baterias, mas temos uma fábrica bem completa, com suportes, percussão e muitos outros produtos. O interessante foi perceber que os visitantes não esqueceram da nossa marca, e já começamos a fazer negócios com alguns contratos fechados na feira!”.

Focada nos mercados internacionais, Simone Storino, da Izzo, destacou: “Estamos no mercado de exportação aproximadamente há dez anos. Já tivemos algumas experiências anteriores expondo na NAMM, mas essa é a primeira dentro do pavilhão brasileiro. Acho que este ano será mais propício para atuar mais no mercado internacional por causa da taxa do dólar no Brasil. A Izzo tem investido muito e estamos com um foco forte nas exportações em 2016”.

Também participando por segunda vez, a Stay Music — fabricante de suportes — percebeu uma melhora grande de um ano para o outro por causa dos contatos promissores feitos. “Estamos começando agora com as exportações, então os nossos suportes são uma novidade para todo o mundo. Estamos procurando distribuidores neste país, então a presença na NAMM é fundamental. Até trouxemos material de marketing em inglês e espanhol para poder atender melhor os visitantes”, disse Alan Cavalheiri do departamento comercial

Quem também já tinha participado da expo, mas ficou ausente por três anos, foi a fabricante de percussão Contemporânea. “Voltamos graças à oportunidade proporcionada pela Anafima e a Apex, e foi muito bom para rever velhos amigos e também perceber que há muitas pessoas interessadas nos nossos produtos. A percussão brasileira sempre faz muito sucesso e somos uma marca consolidada, por isso as pessoas nos reconhecem”, concluiu Roberto Guariglia, CEO.

Para finalizar, da Giannini — que estava expondo em um estande próprio separadamente do pavilhão brasileiro —, Flávio Giannini, diretor comercial, disse: “A NAMM vem nos surpreendendo, pois estamos cada vez mais conquistando espaço no mercado americano. Esta última edição em particular foi nossa melhor participação nos últimos anos, pois recebemos grandes redes de lojas que são importantes no mercado com pedidos efetivos, além da comprovação da fidelidade de nossos parceiros Captura de pantalla 2016-03-14 a las 15.41.59comerciais, o que é muito gratificante. Também iniciamos a operação mundial da Giannini International, em que Riccardo Recchi foi contratado como International Sales Manager e será responsável por toda essa parte. Recebemos por volta de 20 países com interesse em distribuir nossa marca, bem como lojas e distribuidores que são nossos parceiros”.

Como podemos ver, foram criadas ótimas oportunidades para as empresas brasileiras expositoras e muitas portas se abriram para continuar em contato com possíveis distribuidores e clientes. E você, fabricante? Não quer participar em 2017? See you next year!

 

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