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Editorial: Expomusic se beneficiará com eventos na época

Expomusic, tradicional feira de instrumentos musicais, se beneficiará com outros eventos em São Paulo

Expomusic – Com a crise batendo na porta dos empresários brasileiros, a maior feira de música do Brasil precisou se reinventar. Não que ela não tenha tentado nos anos anteriores — vide projetos como trazer compradores, espaço kids, eventos como o MusicHall, que formava um grande festival de bandas no mesmo pavilhão da feira e palestras sobre negócios. Mas nada disso empolgou lojistas para que a feira ficasse com uma imagem melhor.

Expomusic 2016: hora de apostar

Este ano, a feira conta com pouco mais de 50 expositores, creio que até setembro chegue a 120. Alguns dos grandes expositores que antes tinham 200 m2 de espaço no pavilhão optaram por apenas 50 m2. A feira corretamente trouxe novos profissionais para alavancar a imagem, bem como lançou um festival de bandas juntamente com escolas de música para atrair músicos de todo o País para o MusicHall. O site está bonito também.

União entre os eventos

Desde que os eventos paralelos e os precendentes à feira começaram a aparecer em demasia, saiu via boca a boca da produção da Expomusic a necessidade da união do mercado, dos eventos etc. Esta Música & Mercado foi contatada por algumas pessoas com este recado, dizendo para entrar em contato. Por diversas vezes tentamos contato com o marketing da feira para nos colocar à disposição (todos os e-mails estão disponíveis, ideias propostas etc.). A resposta foi evasiva.

A Anafima (Associação da Indústria da Música), poucos anos atrás, também buscou uma parceria ou uma ideia de união com a Abemúsica. Foi rechaçada pela mesma sob o imaginário argumento de que esta associação queria somente dinheiro e que ‘eles’ (Anafima) tinham outros interesses. Se há um interesse para revitalização do mercado, o método de ‘para mim tudo, para você nada’ não pode ser aplicado.

Eventos circulares à Expomusic

Todos os atores do setor possuem interesse no mercado próspero. Os eventos paralelos têm sido outra forma de propagar a importância de vir a São Paulo nessa época do ano. Muitos já comentam: a Expomusic tem sido beneficiada por todos esses eventos, visto que a feira, nos últimos anos, não se mostrou suficientemente atrativa para levar o público comprador até lá. Obviamente seria mais cômodo se a Expomusic funcionasse bem, mas para isto, para a Expomusic crescer, deve-se também diminuir a bazófia e ter humildade. Sem chantagens emocionais ou ameaças.

Tentar combater os eventos paralelos e/ou circulares à feira nesses anos deixará a agenda do mês de setembro muito menos atrativa para os lojistas virem a São Paulo. É um erro falacioso, prepotente, e pior: transforma-se energia produtiva em energia combativa.

Sem esquecer ainda que, quem faz as empresas optarem por um evento paralelo é a própria ineficácia da feira.  As empresas não tem tempo nem dinheiro a perder, senhores.

Em algumas reuniões da Abemúsica, eventos como Tagima Dream Team, Encontro de Negócios (cujos custos de produção são todos abertos e à disposição aos expositores, sem lucro), Fórum de Negócios da Música, foram colocados como ‘causa‘ dos problemas enfrentados pela Expomusic, inclusive isso foi exposto em um telão (eu estava lá), em uma das reuniões. Ironicamente me senti honrado, pois fomos convidados a produzir o Encontro de Negócios, evento que existe há mais de sete anos, mas ao mesmo tempo com pena de a argumentação estar baseada em ‘nós contra eles’. Temos muito disso na política brasileira, e agora esse mesmo modelo de argumentação no mercado.

É hora de pensar grande

Já disse uma vez que isentar-se da responsabilidade repassando-a aos outros é quase que ‘culpar o rabo por balançar o cachorro’. Reconhecer os erros, sem deixar que a vaidade atrapalhe é uma virtude.

Para justificar, pobres argumentos colocados: “Vocês fazem o evento e ‘tiram’ o público da Expomusic”.  Se lojistas não vão ou não querem ir à Expomusic é por falta de algo que a produção da Expomusic tem que descobrir e trabalhar com empenho, não com retórica ou argumentos Ad Hominem.

Os eventos circulares existiriam se não houvesse a Expomusic? Antes não, é óbvio. Mas agora, nestes últimos anos, a pergunta é inversa: a Expomusic ampliaria sua possibilidade de sucesso se não houvesse os eventos circulares? Na minha humilde opinião, não! Posso estar enganado? Até posso, mas não acho, as lojas iriam se concentrar nos eventos regionais.

Chineses na Expomusic nunca mais

Para trazer faturamento à feira, em 2014, com muita discrição, a Abemúsica contratou uma empresa chinesa para vender espaços para fornecedores asiáticos para que expusessem na Expomusic 2015. Pouco tempo depois a notícia veio bombástica, com forte pressão feita pelos expositores brasileiros para que os fabricantes chineses fossem banidos da exposição. Parte deles foi banida, outros não. A lição foi aprendida.

Lembro-me que em 2006, ingenuamente, trouxe uma proposta na Abemúsica para que a Musikmesse e a Prolight Sound (famosas feiras alemãs) fizessem sua versão brasileira. Não sabia na época que estava lidando com interesses maiores. Sabem qual foi o argumento dado pelo presidente da Associação? “Eles irão encher a feira de chineses”, disse cheio de razão, mesmo a organização da feira alemã afirmando que deixaria as decisões sobre as vendas sob a tutela da Abemúsica.

Eventos que ocorrerão – agosto e setembro

Agosto

  • III Áudio & Música Brasil, em Foz do Iguaçu de 15 e 21- Um evento de sucesso, que reúne todas as marcas do Grupo Renaer: Sonotec, Musimax, Eros Alto-Falantes e Staner.
  • ExpoSulMusic, em Florianópolis de 19 a 21 – Elaborado pelo representante Eduardo Maia e Rodrigo Argenta, o evento traz empresas como Pride Music, Tagima, Habro Music, Royal Music, Roland, Casio, Musical Express, Meteoro, PHX, Michael, Tokai e mais tantas outras.

Setembro

  • Tagima Dream Team, em São Paulo, de 19 a 20 de setembro, no Novotel
  • Expomusic, em São Paulo, de 21 a 25 de setembro, no Anhembi
  • Encontro de Negócios, em São Paulo, de 21 a 23 de setembro, no Espaço Immensita
  • Oneal Áudio – tradicional almoço e vendas (data a confirmar)
  • Microfones TSI, em São Paulo, de 20 a 23 de setembro, no Hotel São Paulo Inn

 


Adendo

Processo

Em 2014, por replicar verdades anteriormente publicadas em grandes veículos de comunicação como os jornais O Estado de S. Paulo, Folha, UOL etc., fui processado pelo Synésio Batista da Costa, presidente da Abemúsica, por calúnia, injúria e difamação, tanto na Justiça Criminal quanto na Civil, creio eu que como forma de coação.

Tudo isso porque há fatores dos quais não abro mão: honestidade, prestação de contas abertas aos associados com auditoria anual, programa de desenvolvimento de mercado com mensuração de resultados pelas ações propostas, eleições amplamente promovidas e data-limite para ter o presidente no cargo. Não acho que esteja pedindo muito.

Ainda houve na época, como uma forma de defesa dele, uma reunião de diretoria para mostrar que tudo que mencionei estava errado, coisa que há pouco tempo a Justiça revelou que as ‘verdades explicadas’ foram bem diferentes para justificar os processos que iriam impetrar contra mim.

Ganhamos

Não cheguei a falar isso antes publicamente, mas ganhamos todos os processos. Sabem por quê? Porque foi falada a verdade. Creio que isso também não foi passado para a diretoria da Abemúsica nem para os demais membros.

Clique e leia aqui

O fato é que agora ganhamos e o assunto encerrou-se. Como sempre, estou à disposição para o mercado e estendo a minha mão para quem quiser se juntar a nós. Vamos voltar a trabalhar para ter brilho no mercado. E que setembro venha!

 

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