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Caasi Representações trabalha na atualização digital 

Ser representante nunca foi fácil e, com a pandemia, eles também estão tendo que se adaptar à vida digital. Esse é o caso de Isaac Mirai, que trabalha na atualização do seu site e das redes sociais para fornecer ferramentas certas a lojas e consumidores.

Isaac Mirai nasceu rodeado de eletrônica, pois seu pai tinha uma loja em Belo Horizonte (MG) dedicada a esse setor. Em 1982, aos 17 anos, Isaac começou a trabalhar na loja, mas não gostava muito de ficar dentro dela — achou o trabalho dos representantes mais interessante.

Ele queria ir para São Paulo, tentar uma nova possibilidade, e seu pai indicou um amigo lá chamado Enéias, da Eletrônica Centenário, que importava válvulas de TV. Ele começou a trabalhar com essa empresa, e logo obteve indicações da Trancham e da antiga Cardeal (multímetros), conseguindo “uma boa pasta para começar”.

“Fica o registro de gratidão a todas as lojas da Grande BH que, mesmo eu sendo filho de um concorrente, me cercaram de carinho e me ajudaram, dando-me oportunidades. Alguns deles até me indicaram a outras pastas”, lembra Isaac.

Com o passar dos anos e as novas TVs, com válvulas e componentes sendo trocados por placas, Isaac passou a vender para a marca Multivisão (suporte de TV) e seguiu por outros caminhos, como magazines, lojas de móveis e eletrodomésticos e distribuidores.

Enfim chegou à Microdigital, por meio do representante Nathan Kacowicz, que trabalhava com a Casio em Minas Gerais e ensinou a Isaac o dia a dia da profissão. Isaac foi indicado ao sr Yamashita, com quem também aprendeu muito. “Alguns dos primeiros ensinamentos foram que com ‘uma venda temos que pensar na reposição e na venda futura, no compromisso com o cliente e com a representada’; ‘se o dia não foi de vender é porque é dia de gastar’; ‘um hotel com cama boa e um ótimo café da manhã não é luxo, é investimento para o dia seguinte’; ‘nunca fale mal do seu concorrente, um dia você pode trabalhar lá’. Coisas triviais e simples, mas que até hoje são regrinhas básicas que aprendi e consegui repassar ao meu filho, Jacques Saul, claro, com mais algumas pitadas. Ele segue carreira solo, independente, e já trilha um caminho de sucesso e reconhecimento do mercado. Nathan foi não apenas um divisor de águas, mas é para mim com certeza o maior incentivador e, durante anos, o espelho de aonde eu poderia chegar”, detalhou Isaac.

Hoje com 57 anos, 37 de trabalho, Isaac trabalha no Espírito Santo desde julho de 1998. “Feliz com a profissão, a ela devo tudo que tenho e o que sou.”

Ser representante

Atualmente a Caasi Representações trabalha com as marcas Port One, Leacs, Torelli, Bag Show, Dylan, Cajon Percussion e Vogga.

“Fala-se muito nas dificuldades de ser representante hoje, mas não há como não se lembrar de que sem rede social e sem estradas asfaltadas, por exemplo, a distância era muito maior, que os pedidos eram enviados por carta ou telex, que a comunicação era quase zero, que um roteiro como o Sul de Minas era feito em duas semanas e fora de casa”, lembra.

“Hoje você tem rede social, telefone celular, uma série de aplicativos de reuniões digitais, site, enfim, vivemos uma era de comunicação fácil, inclusive para o consumidor final. Creio que agora, com a chegada forte do e-commerce e o retorno de magazines comprando instrumentos musicais, o cenário muda radicalmente. Caberá ao representante preservar seu mercado e isso passa a ser um olhar macro sobre o Brasil, porque o cliente digital não vende apenas no meu estado, mas no País todo, com diferença tributária e desigualdade social enorme entre as regiões.” 

Isaac conta que para um representante é necessário ter conhecimento de mercado, mais ainda de produtos, de logística, de tributos e, principalmente, da escolha certa dos clientes para cada linha de produtos, de forma tal que a harmonia entre loja física, virtual e magazines ocorra. “Temos que tomar conta das lojas físicas, pois são elas que lançam produtos sem relevância digital e os tornam altamente relevantes. É nossa obrigação cuidar do lojista especializado, ele não pode ser esquecido jamais. Mesmo que ele também tenha sua filial virtual, a manutenção das lojas físicas é de suma importância, pois é lá que se cria a pré-venda, o desejo de ter um instrumento musical, é lá que fazemos workshops, que nos conectam com o consumidor e trabalham com muitos itens das marcas representadas.”

O trabalho atual

Isaac explicou que o trabalho antes da pandemia estava mais focado em estar presente nas lojas, falando sempre com os vendedores, informando sobre produtos, novidades, tendências e necesidades. Aos compradores, apresentava quase que uma consultoria do seu produto: “Assim, no dia a dia, aliado às redes sociais, você monitorava uma relação de confiança, venda e reposição, além de sempre saber das necessidades dos clientes. Claro, não só isso, mas o principal era focado na presença, porque trabalhar em escritório não é o que as representadas esperam de um representante”.

Hoje com a situação de pandemia que o mundo vive, mais uma vez o representante comercial tem de se reinventar, sair da comodidade, aprender a trabalhar de forma virtual e menos presencial, ler o mercado pelas mídias e desenvolver o hábito de sempre ter contato com toda a cadeia do mercado. “É uma época de aprendizado, e creio que pegou o mundo todo e todos os segmentos. Estamos aprendendo a trabalhar mais uma vez”, enfatizou. 

Isaac trabalha atualmente em parceria com a empresa Panda Marketing, a fim de reestruturar suas redes sociais, fazer um site interligado e proporcionar facilidade para o mercado visualizar os produtos, os lançamentos e todos os catálogos das marcas representadas, além de proporcionar uma comunicação fácil, à qual o consumidor final tenha acesso e saiba em que lojas da região pode encontrar os produtos e quais e-commerces os estão vendendo. “É uma forma de levar mais informação a todos. Espero em breve estar com tudo isso funcionando em harmonia.”

“Gostaria de passar uma mensagem para os amigos que vivem de áudio pro e música, pela dificuldade do momento, sem grandes shows para este ano, igrejas fechadas, sem muitos orçamentos de instalação e/ou até manutenção de áudio, sem barzinhos com música ao vivo e sem previsão de retorno ou de como vai ser esse retorno. As escolas de música estão paradas, os professores de música, sem alunos, e muito mais. Isso vai passar. O mercado de áudio pro é gigante porque vocês o fizeram acontecer. Logo isso será apenas mais uma página virada. ‘Sem música a vida seria um erro’. Força, turma!”.

Mais informações: (27) 98814-5054

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