O aumento na produção da Deval foi essencial para ganhar mercado
Quando se fala em tarraxas, a empresa sai na frente. Isso porque a companhia investe em tecnologia, produtividade e distribuição. Só para se ter ideia, atende clientes do Brasil, América Latina, Europa e Estados Unidos. Porém, para continuar a ampliação dos negócios, foi necessário abrir caminhos com novos nichos, como a fabricação de captadores, além de trabalhar com acessórios e instrumentos musicais. Hoje, importa violões, baterias e microfones. Confira a entrevista com o gerente comercial Alberto Batista, que nos revelou as ações do empreendimento.
>> Desde a abertura da Deval em 1994, vocês vêm apri
morando seus produtos. Como é o investimento da empresa?
Ele é fundamental para o crescimento e recentemente para a sobrevivência, diante das mutações do mercado. Para a Deval, investimento significa combinar disponibilidade financeira com tecnologia e recursos humanos. Em 1995, com o início da concorrência dos importados, decidimos investir no aumento da qualidade e da produtividade. Apesar de termos recursos financeiros na época, não havia tecnologia disponível no Brasil. Iniciamos com 35 funcionários e capacidade de produção de 5 mil pares de tarraxa por mês. Após seis anos desenvolvendo nosso know-how e formando mão-de-obra, alcançamos uma produtividade de 1.500 pares de tarraxa por dia, com 21 funcionários, além de clientes na Europa, América do Sul e Estados Unidos.
>> A Deval é um dos maiores fabricantes brasileiros de tarraxas. Hoje a empresa está aumentando seu mix de produtos?
A Deval tornou-se um dos maiores fabricantes de tarraxa não só do Brasil, mas da América Latina. Para continuar crescendo, investimos na fabricação de captadores e na distribuição de acessórios e instrumentos musicais. Para continuar o crescimento da empresa, passamos a oferecer produtos importados — alguns distribuídos com exclusividade pela Deval.
>> Comente sobre o reposicionamento da Deval no mercado.
O reposicionamento da empresa teve início em 2006, quando decidimos manter os níveis de produção de tarraxas e captadores, concentrando nossos investimentos na ampliação do número de itens para distribuição por atacado. Em 2007, ampliamos a oferta de importados diretamente pela Deval. Surgiram as marcas Cherub/Nux e Alice, que passamos a distribuir com exclusividade no Brasil. Em 2008, aumentamos as importações dos produtos que representamos e implantamos as marcas Astel e Phantom, patenteadas pela Deval, sob as quais passamos a importar volumes consideráveis de violões, baterias e microfones. Com essas ações, pretendemos ampliar nossa base de clientes, oferecendo itens a preço de mercado com menor custo operacional.
>> Estão sentindo os efeitos da atual crise mundial? Como estão as exportações?
A crise ainda não chegou ao Brasil. Estimamos que a exata dimensão dos seus efeitos somente será sentida no fim do primeiro trimestre de 2009, quando todos os setores da economia brasileira terão desovado os seus estoques e os preços estarão estabilizados. Não acreditamos em recessão, mas em retração econômica da ordem de 30%.
Quanto às exportações, a coisa é mais complicada. Com a flutuação do dólar, não podemos definir corretamente nossos custos de produção para o mercado internacional. Por outro lado, nossos clientes internacionais encontram-se situados em mercados da Europa e dos Estados Unidos, ambos em recessão e sob forte retração de consumo. Portanto, não temos clientes com potencial de compra.
>> E as importações?
Com a proximidade da crise financeira e a flutuação do dólar, o volume de nossas importações está sendo revisto com o objetivo de reduzi-las, para que possamos nos adequar à realidade do mercado.
> Como foi o ano de 2008 para a Deval?
Foi muito bom. Com os investimentos realizados na empresa, conseguimos ampliar a oferta de produtos e a base de clientes. Em números, nosso crescimento foi de 15%.
> Quais são os planos para 2009? Esperam crescimento?
Em 2009 pretendemos consolidar o crescimento verificado em 2008, regularizando os estoques e agilizando a entrega dos produtos aos nossos clientes. Será um ano difícil, com possibilidade de crescimento a partir do segundo semestre.
>> Como ficará a política de preços?
Para os produtos fabricados pela Deval, faremos reajustes quando necessário em função dos custos internos. Para produtos importados, manteremos a política atual, que prevê preços dolarizados, convertidos em reais pela cotação na data da sua nacionalização.