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Review: Midi Guitar Jam Origin

A guitarra sintetizada sai da origem em hardware para o futuro com o software MIDI Guitar Jam Origin

A história dos sintetizadores estava relacionada aos teclados desde os tempos dos famosos “teclados de churrascaria”, órgãos com terríveis ritmos automáticos, para usar uma gíria dos anos 60. Mais ou menos a partir desta década, a guitarra passou a ser usada para acionar outros sons que não os da tradicional amplificação, e rapidamente começou a rivalizar com os teclados nesta função. Muito menos rápido era se ouvir o som de uma corda desde o momento em que era tocada até no que era ouvida. Este atraso aos poucos foi diminuindo, até chegar a uma latência aceitável, através de sucessivos lançamentos de equipamentos por vários fabricantes, como por exemplo a “Organ Guitar” Vox V-251.

SynthAxe

Guitarras como a SynthAxe (13 mil dólares!) perderam a razão de existir

No entanto, o preço passou a ser o novo obstáculo para a popularização das guitarras sintetizadoras, que atingia 13 mil dólares (SynthAxe). Na segunda metade da década de 80, com a chegada do protocolo MIDI, o custo começou a se tornar razoável. Mas não a ponto de garantir o acesso dos estudantes de guitarra a um sistema – geralmente composto de um captador específico e um módulo gerador de timbres – que tivesse um custo semelhante ao da conhecida ligação captador magnético, efeitos e amplificador. Todos estes sistemas e seus dispositivos, além do preço, tinham uma significativa curva de aprendizagem no caminho do sinal de áudio, além das naturais dificuldades técnicas de quem começa o estudo de um instrumento musical.


Na verdade a latência levou desenvolvedores a tentar driblar o disparo MIDI, e em 2009 surgiu na Dinamarca um novo sistema baseado em software, capaz de detectar e extrair alturas polifônicas de um sinal de áudio comum, que é comparado com uma biblioteca de alturas, e as combinações comparadas as identificam e traduzem para o protocolo MIDI. Ole Juul Kristensen foi o fundador do sistema hoje conhecido como Jam Origin MIDI Guitar, com a patente Generative Audio Matching Game System, que propõe seu uso em um game educativo, e foi ampliada com o uso da linguagem de programação Lua, desenvolvida pela PUC do Rio de Janeiro. A Lua é também usada no Photoshop Lightroom, dentre outros aplicativos.

Sem interfaces caríssimas ou complexas

O Jam Origin não necessita de nenhum dispositivo além de uma maneira de levar o sinal do captador – ou até mesmo um microfone – ao computador. Roda em sistemas operacionais para PC e Mac, desde o Windows XP SP3 até o Windows 10, e em OS X 10.6 até 10.11, além de versões para iOS. Funciona em modo standalone e como plug-in VST ou AU em uma ampla variedade de DAWs. Como o conceito de latência zero seria detectar um som antes de sua produção, existe um atraso, mas mínimo (2,9 ms no GarageBand), mas o Jam Origin roda até em sistemas modestos como um iPod, e como se não bastasse a modéstia técnica, seu custo vai de 20 (iOS) a 100 dólares (PC/Mac), além de ter uma demo gratuita para todas as versões.

Instalando o Midi Guitar Jam Origin

Ao instalar o aplicativo, quase que imediatamente um leigo já tem acesso a saídas e entradas MIDI, que mesmo sem nenhuma estação de áudio digital funcionam com alguns timbres de piano e sintetizador. Por exemplo, em um Mac com GarageBand, ao abrir o Jam Origin automaticamente é aberta uma porta MIDI. Em uma primeira tela denominada Essentials, com entradas e saídas e uma janela com a visualização do sinal de saída com opção para afinador. Uma segunda tela – Advanced – proporciona recursos como configurar a menor latência, sensibilidade ao toque, alterar a afinação para começar da nota mais grave Ré (drop-D), alternar entre reconhecimento monofônico ou polifônico e o alcance de bending notes de 1 a 12 semitons.




O uso de uma interface de áudio (não precisa ter MIDI) amplia as possibilidades do Jam Origin, sem contar a alternativa de usá-lo também via wireless. Uma das melhores funcionalidades do sistema é poder ajustar a sensibilidade das notas tocadas na guitarra individualmente. Por exemplo, se você é um estudante e só vai usar uma escala para um solo, pode ajustar apenas as notas que vai usar. Isso vai fazer com que sua performance como guitarrista se pareça com a de um guitarrista, e não a de um tecladista, fato muito comum quando se usam timbres de outros instrumentos disparados por uma guitarra. No site do programa existem instruções básicas para a configuração com várias DAWs, o que também ajuda os iniciantes.

O Jam Origin não necessita de nenhum dispositivo além de uma maneira de levar o sinal do captador - ou até mesmo um microfone - ao computador.

O Jam Origin não necessita de nenhum dispositivo além de uma maneira de levar o sinal do captador – ou até mesmo um microfone – ao computador.

Conclusão

Trata-se de uma verdadeira revolução no mundo da guitarra sintetizada/MIDI. Quase uma década depois de seu desenvolvimento – com a patente ainda pendente – o Jam Origin tem se aperfeiçoado. Já existe a versão MIDI Guitar 2 Beta 12, versões para baixo e violino, aplicativos de terceiros como o loopMIDI estão se integrando para otimizar sua performance com algumas DAWs, e seu uso como plug-in VST ou AU já é uma constante nos homestudios e até em estúdios profissionais. No mundo da produção musical em tablets e smartphones sua presença já é obrigatória, bem como pode ser a porta de entrada para estudantes de violão e guitarra – e também baixo e violino – no universo da música no computador.

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