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Review do pedal Fuhrmann Echoes Delay

Alexandre Ferreira, endorsee da Furhmann, escreveu este review do pedal Echoes Delay. Confira.

Lembro que em 2013 eu conheci a famosa Strymonn (empresa na área de pedais de efeitos) através de um vídeo promocional de um dos produtos mais famosos, o Timeline, um pedal com todos os recursos que um guitarrista sonha, mas um deles era um sonho, o tão famoso efeito da colcheia pontuada que faz qualquer músico soar igual o The Edge ou o David Gilmour. É um sonho difícil de ser alcançado, principalmente pelo fato do valor de um produto importado transformar quase uma utopia montar um setup desse nível.

Echoes FuhrmannDepois disso, tanto eu quanto vários outros guitarristas, esperamos arduamente durante os últimos anos que uma empresa que desenvolvesse um produto brasileiro, com valor mais acessível e com os recursos mínimos necessários para desenvolvermos o que o Timeline oferecia.

Em 2016 a Fuhrmann, uma empresa que não fazia parte de um time de primeira linha de marcas, lança o pedal Reverb RV-1 que já tinha como diferencial o Shimmer. Esse pedal colocou a empresa nos holofotes e nos setups de guitarristas renomados, que nunca imaginavam usar um pedal da linha. Em 2017 o segundo pedal a quebrar a banca foi o Delay Echoes, o pedal que oferecia o sonho de muitos guitarristas, um pedal delay com tap tempo e colcheia pontuada, totalmente brasileiro viabilizando os melhores recursos com um valor de mercado mais dentro da nossa realidade. É barato? claro que não, mas sem dúvidas oferece o mínimo de recursos ideais pro guitarrista e vale cada centavo.

Ecos do Echoes

A qualidade de timbres, modos e efeitos do Echoes é excelente, os parâmetros de regulagem são muito intuitivos, até para os poucos experientes no mundo dos delays, boa parte disso por conta do Tap Tempo.

Acima do botão de tap, o pedal possui uma chave seletora para seleção da colcheia ou a colcheia pontuada. A seleção da colcheia oferece o tempo do delay exatamente na cabeça da marcação da música, já a colcheia pontuada oferece aquele famoso efeito tipo galope dos delays das bandas britânicas, onde o música marca exatamente no tempo da música, porém o efeito toca no contra tempo.

O Echoes possui 3 modos de timbres, o Digital que é um som mais estável e liso, o Modulated que é um efeito que modula a cauda do som e vai “desafinando” conforme segue as repetições do delay, e possui ainda o modo Analog, que é um efeito que permite uma simulação mais natural dos analógicos. Nesse modo o efeito vai perdendo força, deixando o som mais fraco e “podre” com o passar das repetições, o que é um luxo sonoramente falando.

Qualquer uma das 3 opções são incríveis e respeitam muito o timbre da guitarra e dos outros pedais.

Controles e ajustes

O pedal possui knobs de regulagens para Level (volume), Time (tempo – que também pode ser regulado com tap tempo), Filter (que regula desenhando as frequências do grave ao agudo do pedal), Mode que seleciona entre as opções já citadas (Digital, Modulated, Analog) e o Feedback, que controla a quantidade de repetição do efeito de eco (delay).

Além da chave seletora das colcheias (também já citada) e os pedais de On/Off e Tap Tempo.

É um pedal para tocar os clássicos, de Rockabilly, Rock’N’Roll, Metal, até os clássicos ecos do U2, Pink Floyd e Worship. Sem dúvidas um produto que atende a todos as ondas.

A aparência do Echoes

O pedal é lindo, e apesar da sua simplicidade o novo apelo visual que a Fuhrmann implantou em seus novos produtos são realmente singulares, o que coloca a marca em um novo patamar de originalidade e modernidade, mas sem perder também o apelo clássico dos pedais antigos.

A pintura do simula as pinturas metálicas automotivas e convence bastante. A estampa é em uma cor apenas, com poucos dizeres, apenas informações dos knobs e logos do produto e da marca, o que o torna visualmente objetivo e realmente não precisa mais do que isso.

Porém, um dos pontos negativos (ou nem tanto pros guitarristas na onda rellic) é que a pintura é um pouco frágil. Para os músicos que realmente gostam de pisar forte no pedal, vai perceber que a pintura tende a lascar nas bordas. Pra quem gosta do pedal com aspecto sempre novinho isso pode ser um problema, mas para quem gosta de um produto que revela o tempo e o uso (assim como eu) vai curtir demais esse aspecto vintage que a pintura com o tempo vai deixar, o que é muito semelhante ao que acontece com as guitarras Fender por exemplo, pintadas em nitrocelulose, que com o tempo lascam a pintura e deixam os instrumentos com aspecto “surrado”.

Outro ponto que pode ser considerado negativo para muitos guitarristas, é que o pedal não possui saída estéreo, apenas mono. Esse não chega a ser um fator decisivo de compra, mas poderia ser um recurso muito bem vindo para quem gosta do estéreo principalmente no estúdio.

No setup

O Echoes é um produto que se encaixa muito bem em qualquer setup. Seu formato quadrado, porém não grande, permite uma boa adaptação. Os jacks estão posicionados na parte superior do pedal, junto da alimentação de 9V.

Na cadência de pedais eles atende bem em qualquer sequência. Antes dos efeitos de drives ele fica super aparente. Depois dos drives ele dá aquele efeito quase que uma sombra da guitarra, gerando uma ambiência linda e respeita muito bem os timbres, somando muito pro resultado final na sonoridade da guitarra.

Resumindo

É um excelente pedal, obviamente com limitações e não tantos recursos se comparados com os gringos. Mas, é um pedal objetivo, intuitivo e entrega o que promete. É essa objetividade que faz do Echoes um excelente pedal pra qualquer estilo, pois é fácil e rápido de ajustar entre uma música e outra.

O delay vem se popularizando nos últimos anos dentro das igrejas com o estilo Worship, uma influência amplamente difundida por grupos como Hillsong, Jesus Culture, Bethel, Delirious e vários outros grupos que alcançaram o mundo inteiro.

O delay junto com o reverb são os pedais de destaque nesse estilo que, ao que tudo indica, vai permanecer por um bom tempo ainda.

Tirando o fato de que o delay é um estilo bastante presente no Worship, todo e qualquer guitarrista se rende aos seus encantos, com muito ou pouco volume, com muito ou pouco feedback. Com o passar do tempo é um pedal que aprendemos a apreciar em nosso setup.

Notas:

Definição: 4

Volume: 4

Tocabilidade: 5

Acabamento: 4

Desempenho geral: 4

Custo-benefício: 5

Veja mais em https://www.youtube.com/watch?v=PmsMXoJvvRs

*Texto escrito por Alexandre Ferreira

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